A exposição Abitare Il Tempo, em Verona, aposta em paredes removíveis e mobília compacta para integrar ambientes

Rosangela de Moura/Folha Imagem

Na instalação Strip Tease, de Paola Navone e Ivano Redaelli, os tecidos são vistos de vários ângulos para sugerir a renovação constante

ROSANGELA DE MOURA
ENVIADA ESPECIAL A VERONA

A 23ª edição da Abitare Il Tempo, exposição que aconteceu de 18 a 22 de setembro em Verona, não se contentou em mostrar lançamentos e tendências em mobiliário, revestimentos e acessórios.
Arquitetos, artistas plásticos e designers de interiores pensaram em eliminar as divisões entre os ambientes da casa.
Imagine um apartamento de 40 m2. Sentiu um aperto? Suponha então que é possível tirar as paredes para "respirar".
Foi o que fez o arquiteto Paolo Badetti. Ao configurar uma área de 40 m2, ele usou um sistema de paredes móveis, que correm suspensas em trilhos.
Os espaços -quarto e "home theater", sala e cozinha- podem ser agregados, para aproximar as pessoas, ou isolados, quando se deseja privacidade.
No limite, é possível criar um ambiente único -o mobiliário compacto contribui com a funcionalidade do espaço. Como as paredes têm duas faces, a cor dos ambientes muda ao "usar" a frente ou o verso.
Parece um sonho? Não é, o sistema pode ser montado mesmo na sua casa.
Onírico, de fato, é o projeto do arquiteto Giovanni Gorgoni. Na planta imaginária do Utopolis, torres foram "plantadas" no mar. Os moradores saem de casa de barco, carro em vias suspensas ou aeronave.
A felicidade de morar foi argumento do arquiteto Roberto Semprini na The Face House. A disposição de módulos numa casa redonda, sem cantos ou paredes que isolem os ambientes, forma, vista do alto, o contorno de um rosto sorridente.