São Paulo, domingo, 29 de fevereiro de 2004

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GARIMPO

Decoradores usam de peças de armarinho a luminária de R$ 350

Valores da ressurreição vão de R$ 29 até R$ 478

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Depois do passeio, o trabalho. Para metamorfosear os itens escolhidos, quem gastou menos, no total, foi João Armentano. Ele comprou uma luminária a gás reformada por R$ 30 e usou R$ 29 para transformá-la em um abajur.
"Usei os materiais encontrados no armarinho da esquina: argola de cortina [R$ 3], cúpula de juta [R$ 20], fio, interruptor, benjamim e soquete [R$ 6]", conta.
Mas Oscar Mikail e Rosita Zylberstajn não ficaram atrás no quesito economia. Os preços finais de suas peças foram, respectivamente, R$ 68 e R$ 73.
"Quis mostrar uma alteração que pode ser feita sem ajuda de mão-de-obra, numa tarde de sábado", explica Zylberstajn.
Ela queria mudar a forma da mesa, mas, para evitar gastos com marcenaria, usou sarrafos regularizados com massa-corrida e pintados para dar outro desenho a ela. "Pode ser sobra de madeira."
Mikail também lançou mão da simplicidade para revitalizar uma cadeira em estilo provençal. "Passei uma demão de esmalte acetinado marrom. Depois de seco, apliquei cera comum e outra demão de esmalte, mas do branco. Quando secou, foi só descascar alguns pedaços com uma gilete."
Para a forração, ressuscitou uma sobra de tecido que já tinha. E dá uma dica: quem precisar comprá-lo pode aproveitar os restos em um jogo americano.
Mas a economia não parou por aí. "Pintei a palhinha onde havia um pequeno furo, para não gastar com a troca do revestimento."

Detalhes

A mudança mais radical -no visual e no bolso- foi a de Brunete Fraccaroli. Pagou R$ 50 por um criado-mudo que custava R$ 80 e gastou R$ 478 para transformá-lo numa mesa com luminária.
"A madeira era muito feia e sem graça. Usei espelho roxo [R$ 38], puxador cromado [R$ 8], tinta em três tons [R$ 32] e uma luminária colorida [R$ 350]", lista.
Mas, antes de levar para casa um item usado, é necessário ter olho atento aos detalhes. Arranhões e desbotamento têm jeito, mas danos na estrutura não.
"O maior problema é cupim", define Sergio de Camargo, 50, vendedor da Casa Velha. "Bata no móvel para ver se não cai pó, puxe as gavetas e olhe por baixo delas."
Outra dica sua é evitar comprar as peças "no estado", ou seja, sem reformas, e que geralmente custam menos. "A madeira pode ceder. A loja só assume responsabilidade pelas restauradas." (BMF)


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