São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2006

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Por um fio

DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A família de eletrodomésticos não pára de crescer. Na sala de televisão, o caçula DVD junta-se ao receptor de TV a cabo, ao videocassete, ao televisor e até ao videogame.
Haja tomada para tanto plugue. O engenheiro civil Paulo Roberto dos Santos, 44, concluiu que o índice de insatisfação com o número e a localização de tomadas disponíveis em moradias é de 25%.
Ele pesquisou instalações elétricas e hábitos de consumo de energia em 540 apartamentos, em dissertação de mestrado pela Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Para quem acha que benjamins são a saída para a carência elétrica, um alerta: extensões podem acarretar sobrecargas que desgastam fios e cabos e causam curto-circuito.

Descompasso
O estrago vai de danos em equipamentos a incêndios. Em 2005, o Corpo de Bombeiros registrou 1.965 acidentes com fogo provocados por curtos e sobrecarga de instalações elétricas residenciais no Estado de São Paulo, e 355 por superaquecimento de aparelhos.
Enquanto a potência dos eletrodomésticos avança na velocidade da luz, as metodologias usadas para projetar demandas de eletricidade pararam no tempo, diagnostica Santos. "Há uma década, não se previa o número de equipamentos que usamos hoje", afirma.
Na avaliação do engenheiro eletricista Fernando Perrone, 51, da Eletrobrás (Centrais Elétricas Brasileiras), a norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para instalações elétricas de baixa tensão, que é adotada em moradias, está desatualizada.


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