|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Maioridade" das construções provoca "queimação" nos fios da rede elétrica
Estudo detectou que 82% dos quadros de força são de material combustível
DA REPORTAGEM LOCAL
Problema comum em construções que atingem a "maioridade" dos 20 anos, o aquecimento dos fios foi detectado
em 53% dos edifícios avaliados
pelo Programa Casa Segura,
lançado pelo Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre) com
apoio do Corpo de Bombeiros,
da Abempi (Associação Brasileira das Empresas de Engenharia de Manutenção Predial
e Industrial) e do Secovi-SP
(sindicato da habitação).
Em cinco bairros de São Paulo -Higienópolis, Itaim Bibi,
Morumbi, Perdizes e Pinheiros-, 150 prédios passaram por
inspeções gratuitas de janeiro a
abril deste ano.
O levantamento também
apontou que 82% dos quadros
de força são feitos com materiais combustíveis, como madeira. A norma exige que os
quadros sejam feitos de material metálico.
"Prédios antigos [com mais
de 20 anos] precisam de ajustes. Se todos os apartamentos
instalarem ar-condicionado, o
edifício explodirá", afirma Antonio Maschieto Júnior, 50, diretor-executivo do Procobre.
O check-up predial custa de
R$ 1.000 a R$ 1.500, para um
edifício de 10 andares. Já os
ajustes ficam em torno de R$
60 mil, valor que o condomínio
do edifício Sepetiba, 34, já despendeu para trocar quadro de
medidores, fiação, lâmpadas e
tomadas de áreas comuns.
O síndico, Marcos Rezende
Pinto, 47, diz que o condomínio
vive uma fase de transição.
"Alguns apartamentos já foram reformados. Pela segurança comum, o ideal é que todo
condômino reforme o seu."
Escaldado
"Gato eletrocutado tem medo de choque quente." A paródia do ditado espelha o que
aconteceu com a assistente administrativa Jussara Cucato,
35, que, antes mesmo de se mudar, trocou fiação, disjuntores e
caixa de força da casa nova.
A reforma foi motivada por
más experiências elétricas vivida no imóvel anterior, onde o
microondas não se dava bem
com o secador de cabelo, que
não se entendia com o chuveiro, que não "ia com a cara" do
ferro de passar.
"Era só ligar uma dupla desses aparelhos simultaneamente, que a chave caía", lembra
Cucato. O desarme constante
dos disjuntores e o valor alto da
conta de luz -R$ 150, numa casa onde moravam três pessoas- sinalizaram que havia
fuga de energia, causada pelo
aquecimento da fiação.
A reforma no imóvel de 20
anos, avaliado em R$ 175 mil e
localizado no Parque São Domingos (zona norte), custou
cerca de R$ 30 mil.
"Fiz questão de conduítes
distintas para cabos de telefone, TV a cabo e eletricidade, para não ter interferências."
No novo projeto, no entanto,
faltaram algumas tomadas, e os
benjamins ainda são usados na
sala de TV, por exemplo.
(DF)
Texto Anterior: Por um fio: Terceiro furo se conecta a norma antiquada Próximo Texto: Onde encontrar Índice
|