UOL


São Paulo, domingo, 30 de março de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PISOS FRIOS

Material é mais barato que a madeira, mas deve ser mantido longe de áreas que exijam bons desempenhos térmico e acústico

Cerâmica é boa de preço, mas ruim de som

José Nascimento/Folha Imagem
ALTERNATIVA Cozinha revestida de vidrotil pelo arquiteto Fernando Brandão


FERNANDA MEDEIROS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O aspecto mais "quente" dos pisos frios é o preço. Na maioria das vezes, a aplicação de cerâmica na troca de piso é bem mais barata do que o uso de revestimentos de madeira. Isso vale tanto para reformas como para assentamento de piso sobre piso.
Essa última idéia é uma opção que barateia a troca ainda mais. Em uma sala de 18 mē, por exemplo, o preço médio da reforma é de R$ 560. Já a instalação do piso cerâmico com remoção do anterior custa em média R$ 817. Isso porque há gastos com caçamba para entulho (cerca de R$ 85), demolição do piso (R$ 60) e regularização do contrapiso (R$ 220).
O problema das cerâmicas e afins é que fazem parte do chamado grupo dos pisos frios, aqueles que, além do pouco aconchego, apresentam péssima acústica, o que torna o uso nada indicado para lugares como quartos, salas de música e "home theaters".
Isso não significa que a madeira seja a única saída. As pastilhas de vidro, por exemplo, saíram há muito das paredes para cobrir o chão. O arquiteto Fernando Brandão, 42, é um adepto: cobriu com vidrotil branco mais de 200 mē de um apartamento da década de 60.
Quem gosta de nostalgia costuma optar também pelos ladrilhos hidráulicos. "Eles são os melhores quando se pretende dar aquele ar antigo à casa", sugere a arquiteta Ana Limongi França, 28.
Ainda no campo clássico e para endinheirados -o mē dos importados pode chegar a R$ 8.000-, mármores são sempre boa escolha. O problema é que as peças costumam manchar em contato com a gordura.
No extremo oposto, os amantes das novidades têm pouco para comemorar depois da reinvenção do cimento queimado e das pastilhas de vidro. Os expositores da Revestir (feira que acontece de 9 a 13 de abril em São Paulo) falam bastante quando o assunto é design ou tamanhos, mas são reticentes sobre novidades.

Problemas
Quem, mesmo assim, não abre mão de lançamentos pode procurar empresas especializadas em Silestone. O piso, um aglomerado de quartzo com resina, é vendido em 40 cores diferentes.
Usado também como tampo de cozinha e na fabricação de pias, concorre com o mármore e o granito. O mē custa entre R$ 800 e R$ 1.400. Segundo Roberto Schmitz, diretor da Silestone no Brasil, o material não é indicado para áreas externas, pois pode descolorir com o sol.
Desgaste e rachaduras estão entre os principais motivos para a troca de um piso frio. Por isso materiais que admitem polimento -como o granito e o ladrilho hidráulico- são indicados para quem tem aversão a reformas.
No caso das cerâmicas, pastilhas e porcelanatos é até possível trocar uma ou outra peça danificada, mas é preciso ter em casa modelos do mesmo lote para evitar as diferenças de tonalidade, comuns nos processos de queima.
O mesmo ocorre com o cimento queimado. As trincas podem ser eliminadas com facilidade, mas é quase impossível que a preparação tenha as mesmas proporções de água, cimento e pigmentos.
Nesse caso, a única solução é contratar novamente a ajuda profissional, pagando um pouco mais pelo uso de juntas plásticas de dilatação ou de uma resina chamada elastômero, que, segundo Marcello Ruocco, proprietário da fábrica Dalle Piagge, 30, evita quebra ou descolamento do piso.


Texto Anterior: Madeira, laminados e carpetes: Soluções para as áreas íntimas "brotam" das árvores
Próximo Texto: Instalação lidera ranking de problemas
Índice

UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.