Itens de apartamento modelo custam menos, mas não têm garantia

Marcelo Justo/Folha Imagem

NOVO LAR
De casamento marcado, Carlos Reinato e Milena Nunes participaram de um leilão da Rossi, apesar de não serem clientes. Antes do evento, escolheram os móveis e consultaram o preço dos itens novos para estipular os lances máximos

CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Visitar o apartamento modelo no estande de vendas de um lançamento imobiliário na planta é entrar em uma casa planejada para ser perfeita. Cortinas e almofadas que combinam com a decoração do living, mesa arrumada para servir um jantar de restaurante.
A vontade é, além do imóvel, incluir na compra esses itens todos, exatamente como estão ali. E isso é possível: leilões, presenciais ou virtuais e abertos a qualquer pessoa interessada -não só a compradores das unidades-, são a forma pela qual a maior parte das construtoras se desfaz de mobiliário, eletrodomésticos e objetos que decoram o modelo.
Com lances mínimos que chegam a 5% do valor de venda de um produto novo -a maioria dos lances parte de 30% do valor-, são vendidos itens que vão desde sofá e televisão até esquadrias e pisos de madeira, em geral de marcas conhecidas.
Mas a perfeição da impressão inicial pode se transformar em mau negócio. Uma vez que os móveis chegam a ficar expostos no apartamento decorado do estande por seis meses, são comuns pequenos defeitos como riscos e manchas.
Outro ponto é a desmontagem, caso de armários planejados, e a retirada dos itens, sempre por conta -e risco- do comprador, que não tem garantias sobre os produtos.

Processo
Em geral, são convidados para esses leilões os compradores de apartamentos no mesmo empreendimento ou em outros lançamentos da empresa, mas a participação é aberta -veja no quadro sites de leiloeiros.
Uma vez marcado e divulgado o leilão, a mobília é separada em lotes. Alguns contêm um só item -uma cama, por exemplo-; outros são compostos por diversas peças reunidas, como pratos, guardanapos, talheres e taças, que não podem ser adquiridas separadamente.
Durante algumas semanas antes do leilão, interessados podem visitar o decorado, checar as condições dos itens e comparar seus preços com os de novos. "Mesmo quando o leilão é virtual, o ideal é sempre visitar o bem pessoalmente para ter garantias sobre o estado de conservação", sugere Fabio Zukerman, leiloeiro da Sold.
A assessora cirúrgica Milena Nunes, 20, e o empresário Carlos Reinato, 21, levaram anotações sobre os móveis desejados e valores máximos que pretendiam pagar e saíram sorridentes de um leilão realizado na semana passada e acompanhado pela reportagem da Folha.
O casal comprou a mesa de jantar, as cadeiras, duas poltronas e uma mesa de canto. A mesa de jantar foi arrematada após acirrada disputa.
Nunes assume que passaram um pouco do preço imaginado, mas que compensaram nas cadeiras; no total gasto, calcula, a economia foi de 50%.



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