BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Virou pó a idéia de que o único destino do entulho de concreto é a caçamba. O material, reaproveitado, renasce no canteiro como base para pisos, argamassa e até blocos. A medida, já adotada por construtoras, deve se tornar mais sólida no ano que vem.
A partir de janeiro, todos os municípios devem ter elaborado seu programa de gerenciamento do entulho, de acordo com uma resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente).
E, em julho, será proibido jogar esse material em aterros e bota-foras. Essa é a data final para que os programas sejam colocados em prática (saiba mais sobre a resolução na pág. 3).
Para regulamentar o processo, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) disponibiliza, a partir de amanhã, os textos que basearão normas sobre triagem, reciclagem e aterro dos resíduos e seu uso na pavimentação.
A consulta pública dura 60 dias, e o material deve ser solicitado por e-mail (associados@ abnt.org.br). Depois, parte-se para a publicação das normas, que são seguidas por todas as prefeituras do país.

Longe dos pequenos
As medidas atingem essencialmente as construtoras, que já partiram para o reaproveitamento.
Uma opção é reciclar o concreto (veja quadro ao lado) para reusar os agregados. Mas o processo ainda está longe do bolso de quem comanda uma pequena obra.
"Não vale a pena ter o equipamento, mas dá para encaminhar o entulho para reciclagem e comprar agregados reciclados", avalia o arquiteto Tarcísio de Paula Pinto, diretor da I&T (consultoria em gestão de resíduos).
O entulho continuará sendo recolhido do mesmo modo (ou entregue em ecopontos) e depois encaminhado para a reciclagem.


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