Tiroteio em frente a boate deixa um morto

O soldado da Polícia Militar José de Jesus Soares, 42, foi morto a tiros e o cabo Márcio Martins, 35, ficou ferido após uma discussão com um frequentador da boate Love Story, às 6h de ontem.

O crime aconteceu em frente à casa noturna, na rua Araújo, na República (região central de São Paulo). Martins corre o risco de ficar paraplégico, segundo informações da polícia.

O atirador já foi identificado, mas até o início da noite de ontem continuava foragido. A Polícia Militar acredita que o soldado e o cabo estava fazendo bico (serviço extra) na Love Story.

A PM não permite que policiais façam trabalho de segurança fora do expediente. O major Marcelo Pignatari, comandante do 11º Batalhão da PM, investiga o caso. Ele diz que, se for comprovado que os policiais trabalhavam na casa noturna, Martins poderá ser responsabilizado.

O CRIME

Câmeras de segurança filmaram a ação e ajudaram a polícia a identificar tanto o assassino quanto o motorista do Fiat Palio em que o atirador chegou e fugiu. Ele também é procurado pela polícia.

A identidade dos suspeitos não foi divulgada. Segundo a polícia, o autor dos disparos tem antecedente criminal.

No trajeto até a Santa Casa, onde está internado, o cabo Martins contou a PMs que o socorreram que estava na boate quando houve um desentendimento com um homem. Segundo ele, o desconhecido causou tumulto e foi colocado para fora.

Momentos depois, em frente à boate, o desconhecido retornou dirigindo um Palio preto, desceu do carro e atirou em Soares. O cabo disse que tentou se afastar, mas foi baleado nas costas.

As imagens das câmeras de segurança não confirmam a versão de Martins. Segundo a polícia, elas mostram o Palio se aproximando. O desconhecido saca a arma e atira na cabeça de Soares.

Ainda de acordo com a polícia, o agente cai no chão e recebe outro tiro. Martins tenta atirar, sua arma falha e ele é baleado. O atirador entra no carro e foge com dois amigos.

O soldado Soares era casado e pai de três filhos. Segundo a PM, ele completou nesta semana 16 anos de corporação. O policial trabalhava no 8º Batalhão da PM, no Tatuapé (zona leste).

A reportagem não conseguiu localizar representantes da boate para falar sobre o caso nem familiares dos policiais militares.