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Estudantes da USP fecham a Paulista durante protesto Manifestação em pleno horário de pico complicou o trânsito; alunos pedem a saída da PM do campus Polícia diz que mil jovens participaram da manifestação; alunos afirmam que passeata reuniu cerca de 6.000 RAFAEL SAMPAIOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Estudantes da USP (Universidade de São Paulo) fecharam ontem a avenida Paulista em um protesto contra a presença da Polícia Militar na Cidade Universitária. Os manifestantes -cerca de mil pessoas, segundo a PM, e 6.000, de acordo com os estudantes- chegaram a fechar, em pleno horário de pico, os dois sentidos da Paulista por cerca de meia hora. O trânsito na região ficou bastante prejudicado. De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), foi registrado 1,8 km de lentidão no sentido Consolação da rua Otávio Mendes até a praça Oswaldo Cruz. O índice de congestionamento na cidade ficou acima da média no horário. A manifestação começou às 16h na praça Oswaldo Cruz, região do Paraíso, na zona sul, e seguiu até a praça do Ciclista, próximo à rua da Consolação. Os estudantes fecharam a Paulista no sentido Consolação e depois retornaram até o vão livre do Masp, onde encerraram o protesto após interromper totalmente a via. No local, professores que apoiam o protesto dos estudantes deram uma "aula de democracia". A aula foi uma provocação ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), que declarou que os alunos precisavam de aula de democracia por terem invadido a reitoria, no dia 2. Com o trânsito congestionado nas imediações da Paulista, os pontos de ônibus também ficaram lotados. Passageiras chegaram a se desentender com manifestantes, aos gritos de "vai estudar". Um deles, que estava de bicicleta, parou e deu início à uma discussão, tentando explicar as reivindicações e afirmando que não estavam ali "pela maconha". A crise da USP foi deflagrada após três alunos serem pegos com maconha no campus. Colegas tentaram impedir a prisão e houve confronto. Além do protesto na Paulista, uma falha elétrica atingiu a linha 4-amarela por quase uma hora, deixando a situação ainda mais complicada. O representante de vendas David Pessoa, 66, tentava havia uma hora e meia voltar para casa. "Tentei o metrô, mas estava parado." A caminhada dos estudantes foi marcada pela provocação contra a PM. Alunos usaram pernas de manequins para simular armas. Eles fingiam atirar ou mandavam beijos para os 50 PMs que acompanhavam o protesto. Os jovens disseram que a ideia era fazer uma "provocação pacífica". "Não tem como dizer que não queremos a PM sem provocar", disse a aluna Luiza Souza, 20. Para o capitão da PM Carlos Britto, os policiais "não podem ceder" a provocações. Não houve confronto. Há uma semana, uma base móvel da PM opera nos portões 1 e 3 da Cidade Universitária, principais acessos ao campus. Futuramente, o veículo pode ser deslocado. Os alunos estão em greve desde o dia 8, após a desocupação da reitoria. A paralisação é parcial -em algumas unidades as aulas ocorrem normalmente. A USP tem 50 mil estudantes. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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