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Por uma vida sem catracas Alunos do Mackenzie fazem protesto contra a instalação de barreiras nas entradas da universidade ELTON BEZERRACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA "Quem é bom de refrão aí?" perguntou uma voz entre os cerca de 70 alunos do Mackenzie que no início da tarde de ontem marcharam até a reitoria da instituição. Liderado pelo estudante de arquitetura Miguel Angelo Aguiar, 24, o grupo é contrário à instalação de catracas no campus. O projeto pretende restringir o acesso a uma das poucas universidades privadas de São Paulo abertas ao público. O motivo é a segurança. Eles ainda tentavam definir um refrão quando um grito de guerra ecoou: "reitor, cadê você, o que eu peço é só pra você descer." Apesar dos apelos, o reitor não apareceu. Um emissário tentou negociar a entrada de até três alunos, o que foi rechaçado pelo grupo. Guardando a entrada do edifício da reitoria, cinco seguranças falavam com os alunos. O clima ficou pesado. Os estudantes fizeram uma manifestação discreta se comparada com as da USP, mas fora dos padrões da instituição de Higienópolis. "Vão transformar o Mackenzie num condomínio", afirmou Aguiar, em discurso a seus colegas no refeitório. Entre alunos de direito, psicologia e biologia, o estudante subiu numa cadeira para discursar. Um segurança, entretanto, pediu que ele descesse do "palanque". Ele não tardou a obedecer a ordem. Por cerca de dez minutos, disse que o objetivo do ato era garantir um debate democrático sobre o projeto. Preocupado com a possível associação com os alunos da USP, ele dizia que a manifestação era pacífica. "Nós não vamos invadir nada." Segundo ele, uma pesquisa da universidade apontou que 68% dos alunos são favoráveis às catracas. No entanto, o levantamento teria sido feito durante as férias. Procurado pela Folha, o Mackenzie informou que a medida será adotada por causa do "aumento de ocorrências no entorno do campus" e que assim antecipa-se a "eventuais incidentes internos". Disse ainda que o projeto "não vai afetar os prédios históricos e tombados" e que o público externo será atendido no prédio da r. Itambé. A universidade não deu detalhes sobre a pesquisa. discórdia O novo sistema de entrada e saída divide os alunos. Estudante de tecnologia elétrica, William Fonseca, 31, disse ser contrário e afirmou que "há outros meios de se fazer o controle de acesso". Bárbara Leal, 24, aluna de desenho industrial, é favorável e acredita que isso vai melhorar a segurança. "O campus é muito aberto", disse. As catracas, porém, vão afetar também a rotina de quem utiliza o Mackenzie para cortar caminho, como a psicóloga Luciana Dadico, 37. "Venho por aqui por causa da sombra", afirmou. Ela considera a ideia "péssima". Já Gabi Bardelli, 62, que utiliza as agências bancárias da universidade, disse ser a favor: "É melhor porque traz mais segurança". Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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