Francisco Daudt estreia sua coluna em 'Cotidiano'

A "ditadura do senso comum" é o que mais incomoda o psicanalista e novo colunista do caderno "Cotidiano", Francisco Daudt.

"O senso comum é a religião mais praticada no mundo e minha coluna é um contraponto a isso", diz esse carioca de 63 anos, que a partir de hoje passa a escrever a cada 14 dias no caderno.

Ele se revezará com o também colunista Jairo Marques, às terças-feiras.

A coluna de Daudt será também um espaço dedicado a reflexões sobre a natureza humana. Até a semana passada, o psicanalista escrevia também a cada 14 dias no caderno "Equilíbrio".

Matéria-prima para o trabalho de Daudt não vai faltar. Ele diz que assuntos que fazem parte do dia-a-dia de "Cotidiano", como trânsito, saúde, urbanismo, segurança e educação são os mesmos que influenciam o dia-a-dia das pessoas.

"Escrevo sobre a forma como as pessoas apreendem essa realidade", afirma.

Nascido e criado em Cosme Velho -mesmo bairro de Machado de Assis e do bondinho do Cristo Redentor-, é lá que Daudt vive, trabalha e exerce seu direito de ter "um pensamento livre do politicamente correto".

Para ele, o pensamento precisa ser lógico.

MÉDICO

Autor de seis livros, entre eles "Onde Foi Que Eu Acertei?", publicado pela Casa da Palavra, Daudt é psicanalista há 36 anos. Antes, exerceu a medicina: era gastroenterologista.

Daudt se tornou médico aos 23 anos e clinicou durante cinco antes de migrar para a psicanálise, pois "conhecer seus pacientes era o que mais gostava", afirma.

Segundo ele, após dez anos ensinando teoria freudiana (e se irritando com alunos que não estudavam), resolveu começar a escrever.

"Minha formação é de psicanalista freudiano, mas após 36 anos digo que sou um 'psicanalista franciscano'", diz ele, se divertindo.