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Esquema de Beira-Mar lavou mais de R$ 62 mi em 2010, diz polícia

Policiais dizem que bandidos usavam 5 empresas no esquema

DIANA BRITO
DO RIO

Um esquema de lavagem de dinheiro montado pelo traficante Fernandinho Beira-Mar movimentou ao menos R$ 62 milhões em 2010, segundo informações divulgadas ontem pela Polícia Civil do Rio.

Uma operação deflagrada ontem para desmontar o esquema cumpriu 16 dos 20 mandados de prisão expedidos pela Justiça (nove deles para chefes do Comando Vermelho já presos, entre eles Beira-Mar). Quatro pessoas estão foragidas. Foi identificado o envolvimento de 112 pessoas físicas e 70 jurídicas.

O dinheiro oriundo do tráfico era legalizado em cinco empresas -duas delas fictícias-instaladas no Rio, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Minas Gerais.

O esquema começou a ser descoberto a partir da ocupação do Complexo do Alemão, há um ano. Em uma das casas vistoriadas, foram encontrados 14 pedaços de papel com anotações feitas pelo tráfico. As informações foram cruzadas com outras obtidas em presídios federais.

Exames compararam a grafia dos manuscritos com a do traficante Fernandinho Beira-Mar e confirmaram ser dele os textos apreendidos. Ele cumpre pena na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, por homicídio e tráfico de drogas.

Nos bilhetes, Beira-Mar detalhava o esquema criminoso de armas e drogas do conjunto de favelas e registrava como era feita a lavagem do dinheiro arrecado pelo tráfico. Os nomes das empresas não foram divulgados.

Foram descobertas várias contas bancárias onde era feita a movimentação do dinheiro do tráfico. Algumas delas movimentavam até R$ 20 milhões por ano.

Os policiais ainda cumpriram ontem 24 mandados de busca e apreensão de documentos em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.

"Já conseguimos a prisão temporária do 'núcleo duro' do grupo, o sequestro do saldo bancário e o bloqueio das contas. Estamos atingindo pessoas que têm uma posição funcional na cadeia do tráfico, mas as investigações vão continuar para que possamos desarticular essa quadrilha", disse o delegado Flávio Porto, coordenador do Núcleo de Combate a Corrupção e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio.

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