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Prestes a ser inaugurada, obra em Cumbica desaba

Ministro discursava em aeroporto quando estrutura de novo terminal foi ao chão

Área para embarque e desembarque tinha abertura prevista para o dia 20 deste mês; governo reavalia data

Divulgação
Desabamento no novo terminal de passageiros de Cumbica
Desabamento no novo terminal de passageiros de Cumbica

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO
DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA

Enquanto o ministro-chefe da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, anunciava ontem no aeroporto de Cumbica um pacote de medidas para evitar o caos aéreo no fim do ano, parte das obras do novo terminal de passageiros do mesmo local foi ao chão.

O acidente ocorreu por volta das 14h20. Dois funcionários que trabalhavam na obra sofreram ferimentos leves.

Entre as medidas que Bittencourt anunciava estava a abertura do novo terminal em 20 de dezembro.

Tanto a construtora Delta, responsável pela obra, quanto o governo afirmaram, após o desabamento, que não seria possível dizer se a data de inauguração está mantida.

Dezenas de homens trabalhavam no local quando o acidente ocorreu -o ministro discursava numa área a 2 km do local do acidente.

Um dos funcionários, que preferiu não se identificar, disse que as estruturas que caíram eram as dos antigos galpões de carga da Transbrasil e da Vasp, e não a parte que está sendo ampliada.

"Nós já tínhamos percebido que a estrutura estava abrindo, entortando", disse.

A conversão dos galpões da Transbrasil e da Vasp em terminal foi a forma achada pelo governo federal de ampliar a capacidade do maior aeroporto do país enquanto o terceiro terminal de passageiros não é construído.

A estrutura amplia a capacidade de embarque dos atuais 20,5 milhões de passageiros para 26 milhões.

Em julho, a presidente Dilma Rousseff ameaçou a Delta Construções de exclusão em contratos com o governo caso a obra não ficasse pronta até dezembro. "Se não concluir, vai se tornar inidônea", afirmou Dilma à época.

A empreiteira foi a empresa que mais recebeu recursos do Orçamento da União nos últimos 3 anos -R$ 2,1 bilhões de 2009 a 2011- para a realização de obras diversas.

A obra de Cumbica, em Guarulhos, foi contratada em caráter de emergência em julho, sem licitação formal.

Para justificar essa contratação, o ministro da Aviação Civil, Wagner Bittencourt, e o presidente da Infraero (estatal que administra os aeroportos), Gustavo do Vale, disseram que, sem a obra, haveria caos aéreo no fim do ano.

O preço do terminal de 12,2 mil m² foi de R$ 86 milhões, no mínimo R$ 15 milhões acima do que custaria a obra sem o regime de emergência.

Os ministros do Tribunal de Contas da União relevaram diversas irregularidades nessa obra. Não a paralisaram, afirmam, para evitar problemas no fim do ano.

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