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Suspeito de negociar fuzil no Rio, assessor de vereadora é preso

Ex-presidente da associação da Rocinha é suspeito de elo com Nem; funcionário do Palácio Guanabara também é investigado

William de Oliveira nega ter vendido arma e diz que aceitou dinheiro para evitar problemas

DIANA BRITO
DO RIO

Ex-presidente da associação de moradores da Rocinha e auxiliar de gabinete da vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB), William de Oliveira foi preso ontem.

Ele é acusado de associação ao tráfico e participação na venda de um fuzil AK 47, de uso restrito das Forças Armadas, para Antônio Bonfim Lopes, o Nem, ex-chefe do tráfico na favela, preso há um mês.

Um vídeo que teria sido feito por uma moradora e entregue à polícia após a ocupação da Rocinha no último mês mostra William com Nem e Alexandre Leopoldino Pereira, o Perninha, zelador da Casa Civil estadual, que funciona no Palácio Guanabara.

No encontro, Perninha, que chefiou a campanha de William para deputado estadual pelo PRB em 2010, exibe um fuzil para Nem. Pouco depois, Nem entrega um maço de notas a William, que o conta.

Até o fechamento desta edição, Perninha estava foragido. A Polícia Civil informou que também investiga se há ligação entre a vereadora e Nem. Andrea já foi intimada a prestar esclarecimentos.

De acordo com a Polícia Civil, as imagens foram gravadas cerca de um mês antes da prisão de Nem, mas William afirmou que foram feitas às vésperas da eleição de 2010.

"Naquele dia, Nem me disse que se eu não saísse do caminho, ele iria destruir minha vida, como faz agora. Eu não vendo fuzil, não sou criminoso, a Rocinha sabe. Eu fiquei oprimido por muito tempo naquela comunidade", disse.

À polícia, William afirmou que Nem oferecia dinheiro para que ele se afastasse da campanha eleitoral.

De acordo com a vereadora, William teria aceito o dinheiro para não contrariar o traficante. "Nem estava nervoso, estava alterado. Quando William desceu, devolveu o dinheiro a outro traficante. Em comunidade as coisas muitas vezes não são aquilo que parecem ser", disse a vereadora que, mesmo assim, exonerou o assistente.

"Todo mundo sob alguma suspeita sobre sua conduta deve ser afastado da vida pública", explicou.

Em 2010, William teve 7.813 votos e não se elegeu. Ele costumava postar nas redes sociais fotos ao lado de celebridades: Lula, Dilma e até o ator americano Ashton Kutcher.

FOLHA.com
Veja vídeo com William da Rocinha e Nem
www.folha.com/no1015651

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