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Especialistas criticam proposta de instalar teleférico na Rocinha

PAULA BIANCHI
colaboração para a folha do rio

Inspirado no sucesso do teleférico do Complexo do Alemão, a primeira intervenção anunciada pelo governo do Rio após a pacificação da favela da Rocinha, na zona sul, foi exatamente um teleférico.

"Depois do Alemão, todas as comunidades que têm um relevo acentuado querem a implantação de teleféricos", justifica-se a Secretaria Estadual de Obras, através da assessoria de imprensa.

Mas a obra, que serviu como solução de transporte para uma área extensa e de topografia acidentada como o Alemão, é vista com reservas por arquitetos quando se trata da Rocinha, que, diferente do vizinho da zona norte, teria outras prioridades.

"Não consigo entender o porquê do teleférico", diz o professor da Uerj e chefe da equipe que elaborou o Plano Diretor Socioespacial da Rocinha, Luiz Carlos Toledo. "Talvez seja a vontade de fazer algo espetacular."

Para ele, além de caros -o teleférico do Alemão custou R$ 210 milhões-, os bondinhos não atendem à comunidade, que ficaria melhor com a construção de planos inclinados, espécies de elevadores na diagonal.

"Os planos inclinados são a melhor opção, pois mantêm o fluxo de pessoas dentro da favela e ajudam no escoamento da água pluvial e no transporte do lixo", diz.

Toledo tem o apoio do IAB-RJ (Instituto de Arquitetos do Brasil), que questiona as justificativas do projeto.

"As atitudes pensadas em conjunto com a comunidade foram ignoradas. É preciso esclarecer qual o benefício do teleférico, em qual estudo ele foi baseado", afirma Pedro da Luz Moreira, vice-presidente da instituto.

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