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Justiça 'congela' obras em trecho da linha 5 Juíza questiona cláusula de sigilo em licitação do Metrô para empreendimento entre estações Santa Cruz e Chácara Klabin Projeto executivo do lote e obras estão parados; Metrô diz que cláusula é comum nesse tipo de contrato ALENCAR IZIDORODE SÃO PAULO Apesar de liberadas pelo Tribunal de Justiça na última semana, as obras de extensão da linha 5-lilás do metrô paulista seguem empacadas no trecho entre as estações Santa Cruz e Chácara Klabin. O motivo é a suspensão do projeto executivo nesse pedaço do empreendimento -num impasse que se arrasta na Justiça há três meses. O projeto executivo antecede as obras estruturais, como os túneis e fundações. A juíza Sílvia Maria Meirelles Novaes de Andrade, da 12ª Vara da Fazenda Pública, interrompeu a contratação do projeto executivo do lote 7. "O edital [...] impede a defesa do licitante excluído, eis que este não tem sequer acesso às razões de sua exclusão, o que favorece conluios inadmissíveis", justificou a juíza, ao apreciar ação de empresas que perderam a licitação, como a Maubertec. O projeto executivo do lote e as obras estão parados, exceto intervenções pontuais como demolição de imóveis. Em outros trechos da linha 5 entre Adolfo Pinheiro e Santa Cruz, parte desse trabalho inicial já foi entregue. "Você não consegue fazer uma obra de alta complexidade sem projeto executivo",diz Jurandir Fernandes, secretário dos Transportes Metropolitanos. O que levou a juíza a suspender os resultados do lote 7 é uma cláusula de sigilo adotada pelo Metrô, por exigência do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) -financiador da obra. As empresas não puderam consultar os processos para identificar inconsistências e recorrer. O Metrô diz que isso é comum em financiamentos internacionais -que visa proteger informações estratégicas- e que as mesmas contestações foram derrubadas antes-inclusive pelo TJ. A Geodata foi declarada vencedora nos sete lotes. OUTRO PROCESSO O promotor Marcelo Milani acompanhou nesta semana uma vistoria de oficiais de Justiça na linha 5, pedida por ele para questionar argumentos do Metrô de que a suspensão significaria atrasos. Ele defende que, na prática, não há construção em curso. O Metrô alega que demolir imóveis faz parte da obra. No dia 18, a Justiça suspendeu as obras da linha 5 após ação da Promotoria que acusa ilegalidades na licitação. A investigação foi aberta após a Folha revelar, em 2010, que vencedores da disputa eram conhecidos com seis meses de antecedência. Na semana passada, as obras foram liberadas pelo TJ. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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