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Filme revela drama de famílias em sequestros

Documentário aborda tanto casos trágicos quanto com final feliz

Para fazer o longa, cineasta acompanhou policiais por quatro anos; trabalho mostra detalhes do crime

GIBA BERGAMIM JR.
DE SÃO PAULO

Foram quatro anos com uma câmera na mão e o foco voltado para policiais, barracos em favelas de São Paulo, rostos assustados de sequestrados e de seus familiares negociando o resgate.

O trabalho do cineasta Wolney Atalla, 42, teve como efeito colateral dois anos de dependência de um remédio para conseguir dormir.

Mas resultou em "Sequestro", filme que chega às salas de cinema em São Paulo e no Rio no próximo dia 9, após receber o prêmio de melhor documentário e direção no Festival de Beverly Hills.

Para fazê-lo, a equipe de Atalla acompanhou o trabalho de policiais da DAS (Divisão Antissequestro) de São Paulo, entre 2004 e 2009.

A ideia de fazer o filme surgiu em 2001, durante o sequestro do publicitário Washington Olivetto, que ficou 53 dias em cativeiro. "Morei fora do Brasil por dez anos. Cheguei aqui, era um país de sequestradores, as pessoas andavam em carros blindados", contou o diretor, após assistir ao filme com a Folha.

Visto por poucas pessoas na mostra de cinema de 2009, "Sequestro" chega às salas de projeção um ano e três meses depois de rodar os EUA.

SAGA ATÉ O RESGATE

"Acabei de dar um tiro no pé dele. O próximo será na cara", diz o sequestrador ao filho da vítima em cativeiro.

A gravação é parte das negociações para a libertação de um comerciante da zona oeste, que ficou cerca de 30 dias em cárcere privado.

A saga inteira foi filmada com autorização da família.

"Sequestro" revela desfechos trágicos, como o encontro do corpo de uma sequestrada. E de final feliz: a localização de uma menina de seis anos, vítima da própria babá. Relatos de sequestradores também estão na tela.

A película chega com atraso por conta de problemas de distribuição. Mas Atalla já produz uma ficção. A inspiração e o tema são os mesmos: o sequestro de Olivetto.

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