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São Paulo finalmente se rende ao boom dos hostels

Até janeiro, 34 estabelecimentos estarão funcionando; em 2008, eram só 4

Pelo menos mil leitos serão oferecidos; setor diz que metrópole precisa se preparar para lidar com turismo

CRISTINA MORENO DE CASTRO
EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Embora atraia muitos estudantes, não é república. A rotatividade é bem maior que a de uma pensão. Também é informal, mas não é uma pousada. Os quartos e até os banheiros são coletivos: definitivamente não é um hotel. E, para não ser confundido com abrigos sociais, deixou de ser conhecido como albergue.

Assim é o hostel: uma hospedagem mais barata, cheia de espaços de interação, com ambiente descontraído que facilita as novas amizades e que vem ganhando espaço na maior cidade do Brasil.

Esse jeito de se hospedar, comum em cidades da Europa, dos EUA e no Rio, agora vem se expandindo também em São Paulo.

Vamos aos números: até janeiro de 2008, havia apenas quatro hostels na cidade.

Hoje, eles são 30. Ao menos outros quatro deverão abrir até janeiro. Ao todo, vão oferecer cerca de mil leitos.

NOVAS EXIGÊNCIAS

"A cidade de São Paulo pode ser como Londres, que tem 17 mil leitos em hostels", compara Sávio Mourão Henrique, dono do Casa Club Hostel e presidente da recém-criada Associação de Hostels de São Paulo. Henrique faz uma ressalva: "A gente tem potencial para ser maior, mas a cidade precisa ser preparada para o turismo".

O medo dos donos de hostels mais antigos é que o ritmo de turistas -que aumentou- não acompanhe o boom de novos hostels se abrindo, de olho na Copa.

Nem todos concordam. O holandês Frodo Eggens, 34, dono do 3 Dogs, acaba de abrir uma segunda unidade na Bela Vista, o Beats Hostel.

Alan Nicoliche, um dos donos do hostel Go Backpackers, com temática de futebol, acha que faltam leitos. "Já recebemos executivos aqui porque não conseguiram lugar em hotel."

Para Luiz Sales, diretor de ações estratégicas da SPTuris, os empresários precisam buscar um diferencial. Por exemplo, abrir hostels em regiões fora do eixo Vila Madalena-Vila Mariana-Paulista, que concentra 85% dos hostels.

Também não bastam café da manhã incluído na diária, roupa de cama e internet grátis. "O padrão de exigência aumentou com a concorrência", explica Marina Moretti, dona do Ô De Casa.

Cada um tenta encontrar um nicho: desde o que investe em segurança, o que faz "tour" pelos bares da cidade até os que têm piscina, sinuca, churrasqueira e bar.

O perfil dos hóspedes mudou. Há quatro anos, 90% eram estrangeiros. Com a crise na Europa, eles passaram a vir menos. O espaço agora é ocupado pelos brasileiros.

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