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Gustavo Bueno de Toledo (1988-2011)

O estudante e as camisas de futebol

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

A mãe de Gustavo Bueno de Toledo não percebeu nada de diferente naquela camisa nova do Sport Club Corinthians Paulista que o filho ganhara e botou-a para lavar.
Quando a peça foi retirada da máquina e estendida no varal, o autógrafo do ídolo Ronaldo não estava mais lá.
O rapaz, louco pelo time, ficou chateado, mas acabaria ganhando outra, assinada por jogadores do elenco atual, como Chicão e Emerson.
Seus grandes ídolos, porém, não mais jogavam pelo clube. Admirava o argentino Tevez, atacante, e o paraguaio Gamarra, zagueiro, posição que Gustavo ocupava nas peladas com os amigos.
Natural de Jacareí (SP), viveu até os dez anos em São José dos Campos (SP). O pai, após se aposentar como gerente de serviços de uma concessionária, decidiu se mudar com a família para Mogi Mirim, onde tem parentes.
Gustavo, que gostava de números, prestou administração e foi aprovado na Metrocamp, em Campinas (SP).
Com dois amigos, morava numa pequena república de estudantes e começou a fazer estágio num empresa de RH.
No fim de 2009, enquanto trabalhava, sentiu a mão dormente e não conseguiu mover dois dedos. No Natal daquele ano, foi diagnosticado com um tumor no cérebro.
Era quieto, bom ouvinte e muito incisivo no que falava, conta a família. Assim que concluísse a faculdade, queria estudar contabilidade.
No ano passado, fez duas cirurgias. Morreu no domingo, aos 23, devido à doença. Foi enterrado com a camisa de seu time. A missa do sétimo dia será hoje, às 19h, na igreja Santa Cruz, em Mogi.

coluna.obituario@uol.com.br

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