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PM vai instalar primeira base móvel na USP

Unidade, que vai substituir um dos quatro veículos que circulam na Cidade Universitária, começará a operar na quarta

DCE critica a medida e diz que é possível haver mais protestos; policiais militares terão treinamento especial

DE SÃO PAULO

A PM vai instalar a primeira base comunitária móvel da USP na próxima quarta-feira.
Ela vai substituir um dos veículos da PM (quatro, ao todo), mantendo os nove policiais fixos que atuam no campus do Butantã, na zona oeste, desde a assinatura de um convênio, em setembro.
Isso deve acirrar os ânimos de parcela de estudantes e professores que, desde o final de outubro, faz protestos pedindo a saída da PM do campus. Nesta semana, os alunos entraram em greve.
Duas bases já estavam previstas no convênio. Além disso, até o fim do mês, os policiais vão receber treinamento em direitos humanos.
Para o comandante do policiamento da região oeste, Wellington Venezian, a base vai contribuir para diminuir a resistência da comunidade acadêmica contra a PM.
"Estamos aprofundando o policiamento comunitário na USP, para que não haja nenhum tipo de dificuldade em entender que a polícia está ali para ajudar as pessoas."
Em Campinas, o governador Geraldo Alckmin voltou a defender a presença da polícia no campus. "Por nós, [a PM] continuará [no campus], para dar proteção aos alunos, professores e funcionários. Não podemos comparar a época da ditadura com o momento que vivemos hoje."
Para João Victor Pavesi, diretor do DCE, a instalação da base móvel desconsidera o debate sobre segurança que tem ocorrido nas unidades.
"É agir de maneira imperativa", diz o estudante, que vê a possibilidade de os alunos reagirem com protestos.
A greve deve continuar ao menos até quinta, quando haverá assembleia de estudantes. A paralisação foi decidida após a entrada de 400 policiais da Tropa de Choque no campus. Eles fizeram na terça passada a reintegração de posse da reitoria, invadida por cerca de 60 alunos.
Estudantes de pós-graduação da USP organizaram um abaixo-assinado, repudiando a atuação da PM. Outros 600 professores da USP e de outras universidades também fizeram um abaixo-assinado, apoiando os grevistas.
A chapa Reação, que se opõe à atual gestão do DCE, se diz favorável às bases móveis, mas defende o aperfeiçoamento do convênio com a Polícia Militar, com maior participação dos alunos.

Colaborou MARÍLIA ROCHA, de Campinas

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