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Alice Bos Zerwes (1919-2011)

Abdicou do piano pelos 11 filhos

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Antes de o namoro engatar, Alice Bos passou cinco anos trocando olhares com Lauro Zerwes em Porto Alegre (RS). Esse namorico de longe, ela contava, era chamado na época de "linhada".
No início da década de 40, os dois acabaram se casando. O marido tornou-se o funcionário nº 56 da Varig, empresa na qual iria se aposentar como diretor financeiro.
Era a segunda vez que a companhia aérea aparecia na vida da moça nascida no último dia de 1919, em Ijuí (RS).
Seu pai, que morreu de tifo quando ela tinha sete anos, fora um empresário que se engajara na criação da Varig.
Após Alice ficar órfã, a família se mudou para Porto Alegre. A menina ainda estudou em Santa Maria (RS) antes de viver na capital gaúcha.
Ela e o marido vieram a São Paulo em 1963. Dona de uma aguçada sensibilidade musical, abdicou da carreira de pianista para cuidar dos 11 filhos. Continuou, porém, praticando até o fim. Deu aulas para filhos e netos e estava preparando um garoto para o teste do Municipal de SP.
Tinha enorme habilidade manual e, poucos dias atrás, ainda fazia suas rendas.
É descrita como simples, positiva e metódica. Muito católica, era apegada às tradições, como as festas natalinas. Todos os anos, no Dia da Criança, dava a cada filho uma lata de leite condensado cozido. Adorava reunir a família em churrascos.
Viúva desde 2001, morreu na terça-feira, aos 91, devido a um acidente vascular cerebral. Teve 30 netos e oito bisnetos. A missa do sétimo dia será hoje, às 18h, na paróquia de Sant'Ana, na rua Regina Badra, 282, em São Paulo.

coluna.obituario@uol.com.br

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