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Amélia de Sousa (1910-2011)

A centenária e a Sexta-Feira Santa

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

No sítio onde vivia quando menina, Amélia de Sousa foi considerada santa. Chegava a benzer as visitas. O motivo estava no fato de ter nascido numa Sexta-Feira Santa.

Natural de Gravatal (SC), perdeu o pai aos seis meses de idade. Sua mãe ficou só, com sete filhos para criar.

Aos 16 anos, foi viver com os tios, donos da Pharmácia Sousa, em Itu (SP). O casal, sem filhos, precisava ter com quem contar na velhice.

Amélia só foi registrada nessa época, como tendo nascido em 25 de março de 1911.

Em Itu, ficou noiva de um ferreiro, mas o tios a proibiram de se casar porque o pretendente era italiano.

Para se sustentar, trabalhou em casa, como costureira. Só entre os familiares, produziu 12 vestidos de noiva.

Quando fez 88 anos, um sobrinho professor de história consultou jornais antigos e descobriu que seu registro estava errado: 25 de março foi Sexta-Feira Santa um ano antes, em 1910. O aniversário, na verdade, era de 89 anos.

O sobrinho Luís Roberto teve, por sinal, o interesse pela história despertado de tanto ouvir as recordações da tia.

No centenário, 50 parentes saíram de SC para a festa no interior paulista. Com uma memória excelente, lembrava do nome de todo mundo.

Presidiu a Associação das Damas de Caridade de Itu e foi à missa todos os dias até os 90 anos. Corintiana, acompanhava as notícias de seu time e sabia até as escalações.

Morreu na quinta-feira, aos 101, após um infarto na casa onde morava desde 1926. O enterro aconteceu às 11h no dia 11/11/11. A missa do sétimo dia será amanhã, às 18h, na igreja do Carmo, em Itu.

coluna.obituario@uol.com.br

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