Índice geral Cotidiano
Cotidiano
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Famílias em áreas de risco terão de deixar suas casas na Rocinha

Moradores de cerca de 120 imóveis devem receber bolsa aluguel

DIANA BRITO
DO RIO

A Prefeitura do Rio de Janeiro afirmou ontem que vai remover famílias que vivem em áreas de risco de deslizamento nas favelas da Rocinha e do Vidigal, zona sul, ocupadas no final de semana por forças de segurança.
De acordo com a gestão do prefeito Eduardo Paes (PMDB), a retirada dos moradores era dificultada pela presença de traficantes.
Ainda não há data definida para o início das remoções. A prefeitura diz apenas que elas devem começar pela localidade conhecida como Laboriaux, na parte alta da Rocinha.
Lá ficava a casa de Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico local, preso na semana passada.
No ano passado, duas pessoas morreram nessa região após um deslizamento de terra causado pela chuva. "Não era uma tarefa simples agir ali", afirmou o prefeito.
De acordo com o subprefeito da zona sul, Bruno Ramos, um levantamento feito pelo Geo-Rio (Instituto de Geotécnica do Município do Rio de Janeiro) identificou a necessidade de demolir 120 casas na localidade -67 delas já foram derrubadas, mas o trabalho foi interrompido por causa de problemas com o tráfico, afirma a prefeitura.
Em outra localidade, conhecida como Macega, outros 70 imóveis serão derrubados.
Os removidos irão receber aluguel social (R$ 400 por família) e serão incluídos no programa do governo federal Minha Casa Minha Vida.
Ontem, cerca de 300 funcionários da prefeitura iniciaram serviços de conservação de ruas, manutenção de iluminação pública e intensificação da limpeza urbana. Desde o início da ocupação, mais de 280 toneladas de lixo já foram recolhidos.

DINHEIRO DO TRÁFICO
A polícia ainda não sabe onde está o dinheiro do tráfico da Rocinha, disse ontem o secretário de Segurança José Mariano Beltrame, que esteve por meia hora na favela.
Em depoimento informal à Polícia Federal, o traficante Nem disse que faturava ao menos R$ 1 milhão por mês com o tráfico e que metade era distribuída para policiais.
"Esse dinheiro normalmente não tem paradeiro, não está no banco. O dinheiro fica à mão. Mas se houver qualquer recurso para rastrear uma conta ou o caminho para o dinheiro, ele será usado", afirmou Beltrame.
Ontem a polícia apreendeu duas granadas, uma pistola, dois rojões, três cintos militares e 11 kg de maconha na favela. Também foi estourado um depósito de cigarros.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.