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Outro lado

Secretário questiona relatos e afirma que atendimento é bom

Segundo auxiliar do governador Alckmin, presas do Estado têm tratamento melhor do que 'recebem lá fora'

DE SÃO PAULO

Secretário de Administração Penitenciária do governo Geraldo Alckmin (PSDB), Lourival Gomes diz que os relatos de presas submetidas a parto usando algemas devem ser vistos com cautela.
"É o que diz uma presa em um universo de 12 mil mulheres", diz, fazendo referência ao número total de presidiárias no Estado de São Paulo.
Ao ser questionado sobre o depoimento de uma detenta de Sant'Anna no documentário "Mães do Cárcere", o secretário argumentou que "não se sabe qual o objetivo dela ao denunciar". "Talvez seja de revolta. O fato não é verdadeiro", afirma ele.
Até agosto, o governo contabilizou 99 gestantes dentro do sistema este ano. Na capital, cerca de 60 mulheres estão atualmente numa ala de amamentação improvisada no Centro Hospitalar Penitenciário, próximo ao Presídio Feminino de Sant'Anna.
Segundo o secretário, a gestante presa recebe assistência total. "É como se ela estivesse na rua. Tem todo o tratamento necessário. Melhor até do que o que muitas recebem lá fora", afirma.
Gomes cita o caso do Presídio Feminino 2 de Tremembé, uma das duas unidades inauguradas neste ano. O presídio abriga 573 mulheres e conta com creche e uma ala para amamentação, onde estão 15 mães com seus bebês.
"Damos roupinhas, xampu de qualidade, fraldas e alimentação em dobro para a mãe", afirma Márcia Regina Soler Romero, diretora técnica de Tremembé.
Os espaços são decorados como motivos infantis e cada mãe dispõe de uma cela para cuidar do seu filho durante os seis meses autorizados para a amamentação.
Segundo a diretora, o parto também é humanizado. "Não tem porque algemar uma mulher sentindo dor."
Ao longo de sua experiência, o secretário diz que viu casos de mulheres que aproveitam a hora do parto para fugir. "Graças a Deus, nós não temos fuga há muito tempo."
Dentro do Plano de Expansão de prisões do governo paulista, foram inauguradas neste ano duas penitenciárias femininas no Estado.

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