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Justiça afasta presidente do Metrô e para a linha 5 Suspeita é que houve conluio entre construtoras a fim de dividir lotes da obra Governo estadual afirma que decisão é injusta e que recorrerá; projeto está em fase de demolição de casas JOSÉ BENEDITO DA SILVAALENCAR IZIDORO DE SÃO PAULO A Justiça paulista determinou ontem o afastamento do cargo do presidente do Metrô, Sérgio Avelleda, e a suspensão dos contratos para extensão da linha 5-lilás por suspeita de fraude na licitação. Avelleda, que foi presidente da CPTM (responsável pelos trens) na gestão de José Serra (PSDB), é peça-chave do projeto estratégico do governo Geraldo Alckmin (PSDB)de expandir o metrô, inclusive para a Grande São Paulo. O governo estadual diz que a suspensão e o afastamento são injustos e que vai recorrer. A decisão liminar decorre de ação movida por quatro promotores, que querem a anulação da concorrência e a condenação dos responsáveis. A investigação foi aberta após reportagem da Folha, de outubro de 2010, revelando que os vencedores eram conhecidos havia seis meses. Os contratos envolvem R$ 4 bilhões e 14 construtoras, entre elas algumas das maiores do país, como Odebrecht, Mendes Júnior, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa. A linha 5, que hoje liga Capão Redondo a Santo Amaro, terá mais 11 estações. O trecho suspenso é entre Adolfo Pinheiro e Chácara Klabin, com 11 km. Ele está em fase final de demolição de 224 imóveis já desapropriados. A decisão deve causar mais atrasos na linha -que já havia sido postergada para 2015. O trecho Largo Treze-Adolfo Pinheiro faz parte de outro contrato e não é afetado -está previsto para 2013. Para os promotores, Avelleda levou adiante o processo apesar das evidências de ilegalidades na licitação, classificada por eles como "jogo de cartas marcadas". O dirigente não atendeu à recomendação para que os contratos fossem suspensos. Outro questionamento se refere a uma regra que impedia que uma empresa ganhasse mais de um lote. Com isso, diz a Promotoria, houve prejuízo de R$ 327 milhões. O governo chegou a suspender a licitação no final de 2010, mas decidiu retomar o processo em maio passado. Na decisão, a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública, diz que o afastamento de Avelleda é necessário "em face de suas omissões dolosas". Diz, ainda, que sua permanência abriria a possibilidade de ele "destruir provas, ou mesmo continuar beneficiando as empresas fraudadoras". O governo alegou que as suspeitas não eram suficientes para anular a licitação e que isso iria atrasar a obra. Para a juíza, "há muito tempo o povo paulistano espera por obras de expansão do metrô". "Tal justificativa é, no mínimo, indecente." Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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