|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
BARBARA GANCIA
Brioche revisitada
Mais uma vez, Marta Suplicy demonstra não ter temperamento ou tino para nos representar no exterior
FAÇO PARTE daquela parcela da
população que não sente a
menor saudade da Marta Suplicy prefeita de São Paulo. Sempre
encarei as eleições como exercício
enxadrístico, e mudo meu voto a cada nova estação eleitoral de acordo
com os candidatos que se apresentam e o balanço de poder que, imagino, venha a ser o menos danoso.
Fiel a essa proposição, votei em
Marta nas eleições municipais de
2000 a fim de vê-la derrubar seu
principal concorrente à prefeitura, o
ex-prefeito Paulo Maluf.
Ah, se arrependimento matasse!
Note, dileto leitor, que, para mim,
Maluf não poderia nunca configurar
como alternativa de voto, uma vez
que, ao longo dos anos, ele parece ter
adquirido o tique nervoso de me
processar a cada vez que ouso mencionar seu nome (já são coisa de cinco processos formais e outras tantas
tentativas de instauração de litígio
repudiadas pela Justiça).
Mesmo assim, tenho vontade de
arrancar os cabelos e as vestes quando penso que votei em Martaxa. E
que passei os últimos dois anos da
prefeitura dela engolindo o monóxido de carbono dos veículos desviados da av. Cidade Jardim em direção
à minha rua, por conta das obras de
um túnel que trouxe zero benefício
ao trânsito e ao comércio da
minha região.
É por já ter depositado meu voto
na urna em proveito de dona Marta
(não confundir com o morrote carioca homônimo), que hoje me sinto
à vontade para esbravejar: por qué
no te callas, Martaxa?
Na quarta-feira, a ministra do Turismo ofendeu a platéia da Feira Internacional de Turismo de Madri
com uma reedição dos comentários
que havia proferido sobre a crise aérea ("relaxa e goza").
Ao ser questionada sobre a insegurança que os turistas estrangeiros
enfrentam no Brasil, Marta "Comam Brioche" Suplicy, em pleno
exercício de má-fé e desinformação
contra-atacou dizendo que a violência no Brasil e no resto do mundo civilizado são comparáveis.
Ao dizer que a nossa violência
concorre com a de países europeus,
mais uma vez, Marta demonstrou
não ter temperamento ou tino para
representar este Brasilzão de meu
Deus no exterior.
Alô, dona Martaxa Relaxa! Não
vou nem mesmo me valer de números oficiais, porque isso seria covardia. Proponho o seguinte: a título de
comparação, vá ao salão de beleza,
vá passear de coletivo ou, quem sabe, vá dar uma banda em algum parque da nossa adorada São Paulo e
peça às pessoas que encontrar nesses lugares que discorram sobre os
assaltos e a violência generalizada
que já sofreram ou que já viram algum familiar ou conhecido sofrer.
Depois, sempre à título de comparação, faça a mesma coisa em Madri,
Barcelona, Sevilha ou Torremolinos, na Espanha, o país que a ilustre
ministra, como nossa representante
oficial, insultou sem nenhum motivo aparente ou, quiçá, puramente
por descontrole emocional.
Ao final da experiência, compare o
que brasucas e espanhóis têm a dizer e, conselho meu: ligue correndo
ao rei Juan Carlos pedindo
desculpas.
666
A Justiça obrigará o casal da "igreja" Renascer, Sônia e Estevam Hernandes, a responder pelas acusações de evasão de divisas e falsidade ideológica. Só pode ser coisa do
chifrudo, né não?
barbara@uol.com.br
Texto Anterior: Anchieta-Imigrantes terá bases móveis para emergências Próximo Texto: Qualidade das praias: Aumenta número de praias próprias neste Carnaval Índice
|