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Morre mulher com suspeita de febre amarela vacinal
Marizete B. de Abreu, internada desde sábado, não tinha indicação para ser vacinada
Segundo Secretaria da Saúde, funcionários são orientados a questionar sobre possíveis contra-indicações, mas não há como impedir a vacinação
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Morreu na manhã de ontem
a enfermeira Marizete Borges
de Abreu, 43, que estava internada em São Paulo com suspeita de febre amarela vacinal. Em
coma desde sábado no Hospital
Geral de São Mateus, ela teve
falência múltipla dos órgãos.
Chefe da enfermagem da
UTI do hospital onde morreu,
Marizete não tinha indicação
para ser vacinada. Ela era portadora de lúpus e usava corticóides para controlar a doença
auto-imune -condição que a
deixava com baixa imunidade.
Uma amostra do sangue de
Marizete foi encaminhada ao
Instituto Adolfo Lutz para confirmar se o caso é de febre amarela vacinal.
O Ministério da Saúde investiga outras duas mortes possivelmente provocadas por reações adversas à vacina: um vigia
da Universidade Federal de
Goiás, que, mesmo portador de
hepatite B, foi imunizado, e um
homem em Mato Grosso do
Sul. Há ainda uma mulher em
coma, que está internada em
Brasília, com suspeita de reação à vacina. Até ontem à tarde,
o ministério confirmava um total de 43 casos de reações adversas - 40 dos quais em Goiás
e no Distrito Federal. De dezembro até ontem, foram confirmados 21 casos de febre amarela, com 11 mortes.
Marizete recebeu a vacina no
dia 17 de janeiro em uma Unidade Básica de Saúde de São
Mateus, zona leste de SP. Ela
ainda não tinha sido imunizada, segundo o pai, Francisco
Borges de Abreu, 75, que afirma
que a filha resolveu se vacinar
porque iria para o interior de
São Paulo, para uma área que
não é de risco.
Segundo Inês Suarez Romano, coordenadora de Vigilância
em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, Marizete não
informou que tinha doença auto-imune na hora da vacinação.
Romano diz que a enfermeira
alegou precisar da vacina porque viajaria para área de risco.
A coordenadora diz que os
funcionários estão orientados a
questionar sobre possíveis contra-indicações, mas, se a pessoa
que será vacinada não as relata,
não há como impedir a vacinação. Além disso, diz, há cartazes
com a lista de contra-indicações da vacina nos postos de vacinação -fato confirmado em
ao menos dois desses locais pela Folha.
Com colaboração da Agência Folha
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