São Paulo, sexta-feira, 01 de fevereiro de 2008

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Morre mulher com suspeita de febre amarela vacinal

Marizete B. de Abreu, internada desde sábado, não tinha indicação para ser vacinada

Segundo Secretaria da Saúde, funcionários são orientados a questionar sobre possíveis contra-indicações, mas não há como impedir a vacinação

CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Morreu na manhã de ontem a enfermeira Marizete Borges de Abreu, 43, que estava internada em São Paulo com suspeita de febre amarela vacinal. Em coma desde sábado no Hospital Geral de São Mateus, ela teve falência múltipla dos órgãos.
Chefe da enfermagem da UTI do hospital onde morreu, Marizete não tinha indicação para ser vacinada. Ela era portadora de lúpus e usava corticóides para controlar a doença auto-imune -condição que a deixava com baixa imunidade.
Uma amostra do sangue de Marizete foi encaminhada ao Instituto Adolfo Lutz para confirmar se o caso é de febre amarela vacinal.
O Ministério da Saúde investiga outras duas mortes possivelmente provocadas por reações adversas à vacina: um vigia da Universidade Federal de Goiás, que, mesmo portador de hepatite B, foi imunizado, e um homem em Mato Grosso do Sul. Há ainda uma mulher em coma, que está internada em Brasília, com suspeita de reação à vacina. Até ontem à tarde, o ministério confirmava um total de 43 casos de reações adversas - 40 dos quais em Goiás e no Distrito Federal. De dezembro até ontem, foram confirmados 21 casos de febre amarela, com 11 mortes.
Marizete recebeu a vacina no dia 17 de janeiro em uma Unidade Básica de Saúde de São Mateus, zona leste de SP. Ela ainda não tinha sido imunizada, segundo o pai, Francisco Borges de Abreu, 75, que afirma que a filha resolveu se vacinar porque iria para o interior de São Paulo, para uma área que não é de risco.
Segundo Inês Suarez Romano, coordenadora de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal da Saúde, Marizete não informou que tinha doença auto-imune na hora da vacinação.
Romano diz que a enfermeira alegou precisar da vacina porque viajaria para área de risco.
A coordenadora diz que os funcionários estão orientados a questionar sobre possíveis contra-indicações, mas, se a pessoa que será vacinada não as relata, não há como impedir a vacinação. Além disso, diz, há cartazes com a lista de contra-indicações da vacina nos postos de vacinação -fato confirmado em ao menos dois desses locais pela Folha.


Com colaboração da Agência Folha


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