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TERCEIRO ATO
Maestro assume cargo diante de plateia cheia de incertezas
DA REVISTA DA FOLHA
Em 5 de março, quando o
maestro levantar a batuta, uma
nova fase da Osesp vai debutar.
Entre músicos, críticos e amantes da música erudita, não faltam perguntas. "Mantive minha assinatura, mas com muitas dúvidas. A principal delas é
se o grupo vai manter a excelência", diz a professora Maria
José Ferraz do Amaral.
Entre especialistas, nenhuma aposta de declínio. "Yan
Pascal Tortelier é um músico
de reputação. Tenho certeza de
que a orquestra vai crescer", diz
o oboísta Alex Klein.
O currículo do regente francês não deixa dúvidas de que ele
está apto. Tortelier foi maestro
titular da Filarmônica da BBC
entre 1992 e 2003. Já regeu orquestras imponentes, como a
Sinfônica de Londres e a Orquestra de Paris.
O futuro da Osesp estará nas
mãos e na competência de uma
nova governança que ainda é
uma incógnita. Principalmente, porque as funções exercidas
por Neschling que acumulava
também a de diretor artístico,
que responde pela programação, serão exercidas por profissionais distintos.
Confirmado o nome de Tortelier como regente da Osesp, a
direção artística do grupo, por
hora, deve ficar nas mãos de
dois conselheiros contratados.
Resta outra questão crucial: o
quanto a Osesp estará disposta
a pagar pela excelência de seu
comando. O salário de Neschling era de R$ 100 mil. Tortelier costuma receber US$ 25
mil (R$ 57 mil) por programa. E
a Fundação Osesp vai ter de
bancar os consultores.
Enquanto os músicos afinam
os instrumentos para a nova
temporada, a Osesp tem muitas
contas a fazer e a prestar.
(ADRIANA KÜCHLER e GUSTAVO FIORATTI)
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