São Paulo, terça-feira, 01 de fevereiro de 2011

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ALÍRIO MASCARI (1927-2011)

Taxista mais antigo de Jacarezinho

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Nos últimos 63 anos, quase que diariamente, Alírio Mascari estacionou o carro no mesmo ponto da praça Rui Barbosa, em Jacarezinho, município paranaense com 39.093 habitantes.
Até quarta passada, ele era o motorista de táxi mais antigo da cidade onde nascera.
Filho de taxista, Alírio serviu ao Exército no Rio e foi motorista no quartel. Até teria ficado na cidade, não fosse o pai ter ido buscá-lo.
Antonio, seu pai, estava viúvo e tinha mais quatro filhas. Precisava que o único filho homem voltasse para ajudá-lo no sustento da casa.
Mascari virou taxista aos 20 e acabou apaixonado por carros. Os que teve eram cuidadosamente conservados.
Foi dono de muitos. A família lembra que, na época do Aero Willys, teve dois modelos e contratou um motorista para lhe dar uma mão. O mais famoso foi o Opalão amarelo, que não andava pela cidade sem ser notado.
No ano passado, trocou o Vectra por um Agile prateado. Aposentado, ainda trabalhava por prazer. Não fazia mais corridas à noite, e tirava os domingos para descansar.
Já havia sido vítima de violência por duas vezes. Numa, pegou um passageiro na saída de um baile e foi agredido no rosto com um canivete.
Na quarta-feira, fazia uma corrida até a zona rural de Jacarezinho quando o passageiro o matou a facadas. O carro foi levado, mas depois encontrado pela polícia, que trabalha com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). Um suspeito, adolescente, está apreendido.
Viúvo desde 2000, Alírio tinha 83 e deixa três filhas, três netos e cinco bisnetos.

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