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São Paulo, sábado, 01 de março de 2003

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POLÍCIA

CPIs apontaram outros crimes

Empresário é preso por sonegação em SP

CLAUDIO LIZA JUNIOR
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

O empresário Ari Natalino da Silva, 43, dono da distribuidora de combustíveis Petroforte, com sede em Paulínia (126 km a noroeste de São Paulo), foi preso às 7h de ontem pela Polícia Federal, no momento em que fazia exames médicos no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
O mandado de prisão baseou-se em provas que ligam Silva a crimes de sonegação fiscal.
A PF também está cumprindo outros 18 mandados de busca e apreensão de documentos em estabelecimentos e casas de pessoas ligadas a Silva, em todo o país.
Apesar de detido, Silva ainda não deixou o hospital. A PF informou que ele está fazendo tratamento contra leucemia e deve deixar o local em um período estimado entre 24 e 72 horas. Quando receber alta, deve ser transferido imediatamente para a carceragem da PF em São Paulo.
Silva foi apontado na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) federal do Narcotráfico e pelas comissões estaduais do Roubo de Cargas e dos Combustíveis por crimes de receptação, tráfico, sonegação de impostos e adulteração de combustíveis.
"Pelo que apuramos, ele [Silva] usava um expediente muito eficaz, obtendo liminares para não pagar impostos e abandonando, trocando ou colocando empresas no nome de laranjas quando condenado", disse o relator da CPI dos Combustíveis, deputado Arnaldo Jardim (PPS).
Segundo Jardim, a dívida da Petroforte com o Estado de São Paulo é de pelo menos R$ 18 milhões em impostos. Ele também estaria respondendo a cerca de 2.000 ações trabalhistas movidas contra suas empresas e a pelo menos 27 inquéritos judiciais.
Em Paulínia, pelo menos 60 motoristas da Paul ResiPetro, antiga Petroforte, não recebem salários há três meses.
O empresário chegou a ser preso em 29 de maio de 2001, mas ficou detido somente cinco horas porque a Justiça mandou soltá-lo.

Falência
Em 30 de agosto de 2001, a Justiça de São Paulo decretou a falência da Petroforte. O pedido foi feito pela Nova União S.A. Açúcar e Álcool, de Serrana (SP), por causa de uma dívida de R$ 4,7 milhões que a Petroforte tem com a usina.
Hoje, a Petroforte possui alguns postos revendedores apenas no interior de São Paulo. A empresa chegou a ser uma das dez maiores do país há cerca de dois anos.


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