|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mangueira, Império e Tijuca brilham na 2ª noite
DA SUCURSAL DO RIO
DA ENVIADA ESPECIAL AO RIO
A escalação de escolas grandes
como Beija-Flor e Imperatriz Leopoldinense no desfile de domingo
no Rio não adiantou. Conforme a
tradição, a apresentação de segunda-feira foi superior. Mangueira, Unidos da Tijuca e Império Serrano fizeram ótimas apresentações e podem sonhar com o
título. A Viradouro, que ousou
em efeitos cênicos e sonoros, ganhou gritos de "é campeã".
Penúltima a entrar, o Império
empolgou com o enredo sobre
festas religiosas. O samba, criado
por craques como Arlindo Cruz e
Aloísio Machado, funcionou
muito bem, assim como fantasias
e alegorias feitas com materiais
simples, mas bonitos. A bateria
ousou fazendo coreografias, como quando os ritmistas se abaixavam e a rainha Quitéria Chagas
evoluía entre eles.
Mas não será fácil para o Império superar a Unidos da Tijuca. A
escola fez do seu desfile uma viagem do baticum do samba ao bate-estaca dos DJs, com suaves passagens de música clássica para falar de Mozart. A escola usou 20
carros de verdade numa alegoria
alusiva à música "Fuscão Preto".
Fez sucesso um carro que usou
vinis e capas de discos antigos para simular uma discoteca, onde
dançarinos fantasiados de Elvis,
Michael Jackson e James Brown
se alternavam e DJs tocavam música eletrônica. A Tijuca fez um
desfile tecnicamente perfeito e visualmente mais limpo e recordou
Carnavais antigos no último setor, com alegorias que representavam a decoração da avenida Rio
Branco e um carro em forma de
arquibancada, na qual cerca de
200 pessoas faziam coreografias e
estendiam imensas bandeiras das
14 escolas do Grupo Especial.
Antes da Tijuca, a Mocidade Independente de Padre Miguel
mostrou tecnologia e luxo em
suas alegorias e fantasias, mas fez
um desfile morno. O duplo enredo da escola, que homenageou
seus 50 anos e ainda imaginou um
mundo de paz, se mostrou confuso e ineficiente. Ao citar enredos
famosos da agremiação, conhecida nos melhores tempos pelas
propostas futuristas, a Mocidade
acabou sendo passadista.
Terceira atração de segunda-feira, a Viradouro conseguiu levantar as arquibancadas, graças principalmente à garra da escola. A arquitetura inspirou carros grandes, mas nem sempre criativos. O
que homenageava Oscar Niemeyer era uma réplica do Museu de
Arte Contemporânea de Niterói,
mas que se erguia para fazer jus à
sua forma de disco voador. Dois
carros mostravam faces da favela.
A Mangueira contou com uma
atuação impecável de sua bateria
e a empolgação de seus 4.500
componentes. No enredo sobre o
rio São Francisco, o carnavalesco
Max Lopes criou um rio verde-e-rosa, fazendo com que toda ala tivesse na fantasia detalhes da ala
anterior. Jamelão, 93, não demonstrou o mesmo fôlego dos
anos anteriores e reclamou muito
do som, que deixou seu tom de
voz mais baixo do que o habitual.
Brilhou também a comissão de
frente, comandada por Carlinhos
de Jesus. A carranca, um dos símbolos do enredo, se transformava
em um barco, que passava a navegar em um mar verde-e-rosa.
O desfile atrasou muito por causa dos problemas da primeira escola, a Unidos do Porto da Pedra.
A Portela encerrou o desfile e
não teve grandes problemas, apesar da chuva e de a porta-bandeira
ter desfilado descalça, depois de
tirar a bota em frente à comissão
julgadora. O enredo "Brasil Marca a tua Cara e Mostra para o
Mundo" era facilmente identificado.
(AMARÍLIS LAGE, LUIZ FERNANDO VIANNA, MARIO HUGO MONKEN, PEDRO SOARES, SERGIO COSTA, SERGIO RANGEL E TALITA FIGUEIREDO)
Texto Anterior: Carnaval 2006: 4 escolas disparam na corrida pelo título no Rio Próximo Texto: Mídia corporal: Artista pinta dez seios nus por noite Índice
|