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Congresso recebe pacote de governadores
Presidentes do Senado e da Câmara querem aprovar na próxima semana os projetos, que poderiam ser promulgados em até 45 dias
José Serra (SP), Aécio Neves (MG), Sérgio Cabral (RJ)
e Paulo Hartung (ES) apresentaram 13 propostas de alteração da lei penal
RANIER BRAGON
PEDRO DIAS LEITE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A ida dos quatro governadores da região Sudeste ontem ao
Congresso levou os presidentes
do Senado, Renan Calheiros
(PMDB-AL), e da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), a
anunciarem a intenção de
aprovar um "pacote de segurança" a partir da próxima semana. As mudanças estariam
prontas para serem promulgadas ou sancionadas, segundo
Renan, em até 45 dias.
Os governadores José Serra
(SP), Aécio Neves (MG), Sérgio
Cabral (RJ) e Paulo Hartung
(ES) apresentaram 13 propostas de alteração da legislação
penal, a maioria endurecendo
as penas para integrantes do
crime organizado e para autores de crimes hediondos.
Os temas foram escolhidos
entre propostas que já tramitam no Congresso -algumas
nas gavetas desde 2001.
Após a morte do garoto João
Hélio, que completou três semanas ontem, Câmara e Senado se mobilizaram na votação
de um "pacote de segurança"
em resposta ao episódio, mas os
projetos não foram aprovados
de forma definitiva.
"Uma coisa está clara: mexer
na legislação não é condição suficiente para resolver o problema da criminalidade no país,
mas é uma condição necessária
para melhorar o enfrentamento da segurança", disse Serra.
Entre as propostas apresentadas está a de aumentar as penas para integrantes do crime
organizado, para crimes cometidos contra autoridades e para
o incêndio a ônibus.
"Hoje, se alguém roubar uma
pizza de um motoqueiro, está
sujeito a pegar quatro anos. Se
fizer incêndio num ônibus, está
sujeito a prisão de até dois anos.
É um absurdo", disse Serra.
A redução da maioridade penal, hoje em 18 anos, não integra o rol de propostas.
A principal divergência explicitada entre os governadores
se deu em relação à idéia de Cabral de permitir aos Estados legislar sobre temas de segurança
pública. A proposta não integrou o documento.
"Tenho muitos receios de
que isso possa trazer prejuízos
a determinados Estados. Pode
estimular a prática de crimes
naqueles em que as penas sejam mais brandas", disse Aécio.
"Acho que podemos votar em
30, 45 dias. Precisamos dar essas respostas que a sociedade
cobra de todos nós", disse Calheiros. Chinaglia afirmou que
as cotações podem começar na
próxima semana.
Já o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse, em Ipojuca
(50 km de Recife), que não há
"solução imediata" para a violência e que não adianta procurar culpados pelo problema
porque "o mal já está feito". Ele
disse que a discussão sobre redução da maioridade penal pelo Congresso "não pode ser feita com conteúdo emocional".
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