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São poucos os jovens que aderem ao programa
DA SUCURSAL DO RIO
Ainda são poucos os jovens
que sofrem ameaças que recorrem ao Programa de Proteção à
Criança e ao Adolescente
Ameaçados de Morte. Além do
desconhecimento sobre sua
existência mesmo por parte de
especialistas em violência, a
triagem feita para a entrada e as
exigências quanto à confidencialidade também afastam
muitos jovens ameaçados.
"Quando não há uma mediação institucional, dificilmente
passa pela cabeça deles que
exista algo nesse sentido", diz
Raquel Willadino, coordenadora do Núcleo de Violência e Direitos Humanos do Observatório de Favelas do Rio.
Na pesquisa feita com jovens
que queriam sair do tráfico, Willadino observou que os jovens
ameaçados articulam outras
maneiras de proteção, informais. Eles preferem ir à casa de
um conhecido ou parente.
Segundo a coordenação do
programa federal, a rede de
atendimento social responsável pelo encaminhamento dos
jovens - Vara da Infância,
Conselho Tutelar e polícia especializada- já conhece bem
sua existência e requisitos.
Os próprios coordenadores
afirmam que o critério de seleção é muito exigente. O advogado Carlos Nicodemos, coordenador do Projeto Legal, defende que como existe uma linha
muito tênue entre risco social e
risco de morte, apenas os que
correm um risco iminente de
morrer são atendidos.
"Eles passam por um crivo
forte a respeito do problema da
ameaça. Como a pessoa que fica
no programa tem comida, toda
segurança, tem assistência médica, é preciso ver se realmente
a criança que nos procura está
ameaçada ou não. Senão acabamos nos transformando numa
espécie de albergue. O critério
da ameaça é muito elevado.
Tem que ser um risco de vida
iminente e real", disse José
Gregori, coordenador do programa de São Paulo.
Um dos jovens foi desligado
do programa em São Paulo
após a coordenação descobrir
que ele ir a um shopping. Manter o paradeiro em segredo é
fundamental para os jovens
que passam pelo programa.
"É uma medida de segurança
importante e muito sofrida.
Muitas vez porque você acaba
não podendo estabelecer comunicação com pessoas que
são muito significativas. Todo
programa de proteção acaba
envolvendo muitas rupturas
com vínculos que são importantes. Quando se trata de adolescentes, isso é mais complicado", acredita Willadino.
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