|
Texto Anterior | Índice
TRÁFICO
Foram detidas nove pessoas acusadas de vender no Rio de Janeiro droga trazida do Paraguai; Justiça bloqueia bens
Presa quadrilha especializada em maconha
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A polícia fluminense prendeu
ontem, em quatro Estados, nove
pessoas acusadas de integrar uma
quadrilha especializada no envio
de maconha paraguaia para o Rio
de Janeiro. Foi apreendida uma
carga de 220 kg da droga.
A ação, batizada de Operação
Ciclone, contou com o apoio das
polícias de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Maranhão, onde ocorreram prisões. O
chefe do grupo continua foragido.
A investigação da Cinpol (Coordenadoria de Inteligência da Polícia Civil) mostra que a maconha
produzida no Paraguai entrava
pelo município fronteiriço de
Ponta Porã (MS) e passava por
São Paulo antes de chegar ao Rio.
A favela do Jacarezinho (zona
norte) era o destino das cargas. A
partir dali a maconha seguia para
as principais favelas dominadas
pela facção criminosa CV (Comando Vermelho), bairros da zona sul e municípios da região dos
lagos (litoral fluminense), como
Búzios, Cabo Frio e Saquarema.
Até a conclusão desta edição, a
polícia ainda procurava seis suspeitos de integrar o grupo. Eles tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça.
A polícia começou a investigar a
quadrilha em outubro a partir da
apreensão de 400 kg de maconha
no Jacarezinho e da prisão do estudante Marcelo Jordan em Copacabana (zona sul). Ele foi acusado de guardar 120 kg da droga.
Os policiais descobriram que a
maconha tinha a mesma origem.
Com autorização da Justiça, os
integrantes do grupo foram monitorados por escuta telefônica.
De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, Anthony Garotinho, um dos financiadores da quadrilha, Valdecir
Raimundo Gomes do Prado, foi
preso em um hotel em São Paulo.
A prisão foi efetuada de manhã
pelo chefe da Polícia Civil, Álvaro
Lins. Com Prado, foram apreendidos R$ 50 mil, disse Garotinho.
O secretário afirmou que Prado
é sócio do empresário Rogério Siqueira Azambuja, apontado como o líder do grupo e radicado no
Maranhão. A polícia tinha informações de que Azambuja também estaria no hotel, mas ele não
foi encontrado.
Em Ponta Porã foi preso Aral
Matoso que, segundo as investigações, era responsável pela compra da droga no Paraguai e pela
movimentação bancária da quadrilha. A polícia também esteve
no Mato Grosso, mas não prendeu as pessoas procuradas.
Outra prisão ocorreu em São
Luís (MA). Na cidade, foi preso
Douglas Lafayete Julião, que também seria sócio de Azambuja e
dono de uma casa de câmbio.
Com ele, foram apreendidos US$
23 mil, segundo a polícia.
No Jacarezinho, foram presos
Roberto Carlos Gomes, o Neném,
e Suene Souza Alcântara. A polícia informou que, com os presos,
havia 220 kg da droga e uma pequena quantidade de haxixe.
No Flamengo (zona sul), foi
preso o universitário Alexandre
Ungaretti Nassif. Segundo a Cinpol, ele distribuía a maconha em
bairros da zona sul por meio de
um serviço de disque-drogas. Outros três pessoas foram presas em
Saquarema (a 80 km do Rio).
Garotinho disse que a Justiça
autorizou o seqüestro dos bens e o
bloqueio das contas de todos os
acusados.
Outro lado
A Agência Folha tentou localizar em São Luís o advogado de Julião, Jair Ricci. Foi deixado um recado em sua caixa postal, que não
foi respondido até a conclusão
desta edição.
A Secretaria de Segurança Pública do Mato Grosso do Sul não
informou onde Aral Matoso estava detido nem se ele estava sendo
acompanhado por um advogado.
Também não foram encontrados os advogados dos demais detidos na ação policial.
Texto Anterior: Trânsito: CET amplia interdições na Cidade Jardim Índice
|