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BNDES vai interpelar Eletropaulo e prefeitura sobre corte de luz em SP
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Guido Mantega, disse que vai interpelar judicialmente o secretário municipal
de Finanças de São Paulo, Mauro
Ricardo Machado Costa, e a Eletropaulo sobre a acusação de que
o banco teria influenciado a empresa a cortar o fornecimento de
energia elétrica em 85 prédios da
Prefeitura de São Paulo, que ficaram sem luz anteontem.
Mantega chegou a anunciar, em
entrevista, no início da tarde, que
interpelaria também o prefeito de
São Paulo, José Serra. Ele disse
que reconsiderou a idéia depois
que o prefeito lhe telefonou, no
meio da tarde, negando ter acusado o banco de instigar o corte de
luz. Mantega afirmou que havia
sido informado de que Serra acusara o BNDES de influenciar no
corte durante uma entrevista, ontem, pela manhã. "Achei que havia uma calúnia e que o BNDES
estava sendo denegrido." Segundo ele, Serra confirmou ter dito
que a Eletropaulo agira politicamente, mas negou ter acusado o
banco de influenciar na decisão.
Irritado com as insinuações do
PSDB paulista de que o banco tenha dificultado a aprovação de
empréstimos ao governo de São
Paulo por causa da eleição presidencial em 2006 e, agora, de que
tenha havido conotação política
no corte de luz à prefeitura, Mantega disse que a Eletropaulo foi
beneficiada com recursos públicos federais no governo FHC, e
não no governo Lula. "A Eletropaulo deveria ser grata ao PSDB e
dar algum privilégio ao Serra." Ele
voltou a negar que exista orientação do governo Lula para que o
BNDES dificulte a aprovação de
empréstimos ao governo de São
Paulo. O governo estadual reivindica empréstimo de R$ 390 milhões para a expansão do Metrô
da capital paulista e ainda que o
banco converta R$ 1,2 bilhão de
dividas da Cesp (Companhia de
Energia de São Paulo) em participação acionária na companhia.
Segundo Mantega, o caso do Metrô está sendo examinado, mas o
pedido em relação à Cesp ultrapassa a alçada do banco.
Serra endureceu o discurso contra a Eletropaulo, acusando-a de
não agir igual com a ex-prefeita
Marta Suplicy (PT) -os atrasos
no pagamento das contas vêm
desde outubro- pelo fato de ter
sido socorrida pelo BNDES, sob
comando do presidente Lula.
Cumprindo agenda ontem em
Santo André (Grande SP), Marta
ironizou as afirmações de Serra.
Para ela, o tucano está acreditando em "teoria da conspiração". A
Eletropaulo não quis comentar as
declarações de Serra. Ontem à
noite, uma nota divulgada pela
empresa dizia que a luz nos prédios atingidos pelo corte tinha sido restabelecida.
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