Presidente diz não aceitar que reivindicação de controladores cause prejuízos a milhares de passageiros em todo o país

Balanço da empresa indicava que, da 0h às 19h20 de ontem, 29% dos 1.241 vôos tinham atrasos e 9% foram cancelados

DENYSE GODOY
ENVIADA ESPECIAL A WASHINGTON

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem, nos Estados Unidos, que, até terça-feira, chegará a uma "solução definitiva" para a crise aérea. Ele chega hoje da viagem aos Estados Unidos, onde se encontrou com o presidente americano, George W. Bush.
"Conversei hoje de manhã com o brigadeiro Saito [comandante da FAB, Juniti Saito] e com o ministro Waldir Pires (Defesa) para que a gente até na terça-feira tenha uma solução definitiva. Não posso aceitar a idéia de que o comportamento de algumas pessoas, de aumento de salário, por mais justo que seja, deixe milhares e milhares de pessoas no aeroporto por 5, 6, 7 horas, sem levar em consideração que tem crianças, pessoas que pagaram a passagem e portanto têm que ser tratadas com respeito."
O presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, também afirmou que a normalização da situação nos aeroportos do país deverá ocorrer na terça. Ontem, até as 19h20, um balanço da empresa mostrava que 29 dos 1.241 vôos programados estavam com atraso superior a uma hora e 9% foram cancelados.
Em Cumbica, nesse horário, 17% dos 167 vôos estavam atrasados e 10% foram cancelados. Antes, no balanço das 14h, os cancelamentos representavam 16%. Em Congonhas, havia 25% de atrasos e 7% de cancelamentos às 19h20, contra 23% de atrasos e 3,6% de cancelamento às 14h.
Apesar disso, o brigadeiro avaliou que não houve "falha" do governo. "Foi um problema de timing. O tempo de reação não foi correspondente ao tempo de ação. É como carro: se não freia, bate. E nós freamos a tempo para que não houvesse nem mortos nem feridos."