São Paulo, domingo, 01 de abril de 2007

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Franklin Martins diz que ainda não está definido como será feita a transição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Franklin Martins (Comunicação Social), membro do "gabinete de crise" montado anteontem, confirmou a nota da Aeronáutica e disse que o governo pretende criar um modelo de controle de tráfego aéreo sob responsabilidade de "um órgão civil, composto por funcionários civis", como o adotado em todo o mundo.
Com a mudança, a Aeronáutica seguirá cuidando da Defesa Aérea, setor que também monitora o espaço aéreo, mas do ponto de vista militar e soberano. Os dois órgãos fazem interface, mas atuam de forma separada. Hoje já existe uma separação física, mas as salas de controle aéreo geral são "vizinhas" das salas de Defesa Aérea dentro dos quatro Cindactas.
Segundo Martins, ainda não está definido como será a transição -se os controladores militares, em sua grande maioria sargentos, irão "migrar" para cargos civis, pedir licença ou abandonar a carreira militar.
"O intuito é que sejam civis. Militares controladores de vôo poderão trabalhar [no novo órgão]. Como fica o estatuto dele, porém, não está claro", disse.
O modelo adotado em reação à paralisação dos controladores de vôo, segundo Martins, já estava sendo preparado há alguns dias e praticamente fechado.
A proposta de desmilitarização havia sido elaborada por um grupo de trabalho interministerial em 20 de dezembro, mas nunca houve manifestação oficial da Casa Civil ou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito. Foi essa demora que irritou os controladores.
Nela, um novo órgão seria criado na Defesa e haveria um novo plano de carreira para os controladores, foram do âmbito militar e com "readequações" de salário e de trabalho.

Nota
A criação de um novo órgão para abrigar controladores civis e militares consta de nota oficial da Aeronáutica emitida na tarde de ontem.
A nota afirma que os controladores deverão ser os responsáveis pelo setor, "independentemente da gestão militar", o que traz dúvidas sobre a transição. A implantação pode levar sete anos, dizem especialistas.
A nota, em tom conciliatório, cita "compreensão" pela posição do governo, sem citar a negociação com os sargentos amotinados. Mas ressalva que o episódio foi grave e que a hierarquia será mantida.


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