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Franklin Martins diz que ainda não está definido como será feita a transição
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Franklin Martins
(Comunicação Social), membro do "gabinete de crise" montado anteontem, confirmou a
nota da Aeronáutica e disse que
o governo pretende criar um
modelo de controle de tráfego
aéreo sob responsabilidade de
"um órgão civil, composto por
funcionários civis", como o
adotado em todo o mundo.
Com a mudança, a Aeronáutica seguirá cuidando da Defesa
Aérea, setor que também monitora o espaço aéreo, mas do
ponto de vista militar e soberano. Os dois órgãos fazem interface, mas atuam de forma separada. Hoje já existe uma separação física, mas as salas de
controle aéreo geral são "vizinhas" das salas de Defesa Aérea
dentro dos quatro Cindactas.
Segundo Martins, ainda não
está definido como será a transição -se os controladores militares, em sua grande maioria
sargentos, irão "migrar" para
cargos civis, pedir licença ou
abandonar a carreira militar.
"O intuito é que sejam civis.
Militares controladores de vôo
poderão trabalhar [no novo órgão]. Como fica o estatuto dele,
porém, não está claro", disse.
O modelo adotado em reação
à paralisação dos controladores
de vôo, segundo Martins, já estava sendo preparado há alguns
dias e praticamente fechado.
A proposta de desmilitarização havia sido elaborada por
um grupo de trabalho interministerial em 20 de dezembro,
mas nunca houve manifestação
oficial da Casa Civil ou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
a respeito. Foi essa demora que
irritou os controladores.
Nela, um novo órgão seria
criado na Defesa e haveria um
novo plano de carreira para os
controladores, foram do âmbito militar e com "readequações" de salário e de trabalho.
Nota
A criação de um novo órgão
para abrigar controladores civis e militares consta de nota
oficial da Aeronáutica emitida
na tarde de ontem.
A nota afirma que os controladores deverão ser os responsáveis pelo setor, "independentemente da gestão militar", o
que traz dúvidas sobre a transição. A implantação pode levar
sete anos, dizem especialistas.
A nota, em tom conciliatório,
cita "compreensão" pela posição do governo, sem citar a negociação com os sargentos
amotinados. Mas ressalva que o
episódio foi grave e que a hierarquia será mantida.
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