São Paulo, terça-feira, 01 de abril de 2008

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Casos da doença tiveram aumento em 14 Estados

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O número de casos de dengue no país em janeiro e fevereiro deste ano caiu 27% em relação ao mesmo período de 2007. Em 14 Estados, porém, os índices aumentaram, como mostra boletim do Ministério da Saúde divulgado ontem.
Até sexta, a pasta tinha recebido 120.570 notificações da doença, com 74 mortes -48 por dengue hemorrágica e 26 por complicações. Os registros apontam tendência de queda, já que nos três primeiros meses de 2007 foram registrados 250 mil casos da doença.
É possível, porém, que o quadro sofra alterações com a chegada dos registros dos últimos três dias do mês.
A queda mostrada pelo boletim é puxada pela região Centro-Oeste, que enfrentou epidemia no ano passado -houve 45 mil casos a menos em fevereiro e março em relação ao mesmo período de 2007.
Entre os Estados que apresentaram piora, a situação mais preocupante é a do Rio de Janeiro, que concentra 36% dos registros do país até 28 de março e 73% das mortes (54). O Estado que registrou o maior crescimento, porém, é o Amazonas, com 992% de aumento -subiu de 282 para 3.080.
Conforme afirma o epidemiologista Pedro Tauil, da Universidade de Brasília (UnB), o número de casos em todo o país está condicionado ao controle do mosquito transmissor, ao tipo de vírus circulando -há quatro- e à resistência ou não das pessoas a esse vírus.
Essa seria uma explicação para a redução de casos em Campo Grande -com a epidemia do ano passado, a imunização da população aumentou.
No Rio, o tipo com maior circulação neste ano é o DEN-2, que, segundo Tauil, foi introduzido no Estado em 1990. Isso explicaria o alto número de casos em crianças, já que muitos dos nascidos até esse ano tiveram contato com esse vírus e, portanto, têm imunização.

Aviso
Falhas do poder público também são citadas por especialistas. "A dengue é uma doença que manda aviso", afirma Evaldo Stanislau, professor da Faculdade de Medicina da USP. "Tendo o estudo dos vetores, você se programa."
O argumento é usado pelo Ministério da Saúde ao explicar a explosão de casos no Rio -a capital recebeu, no final do ano passado, um alerta de alto índice de infestação do mosquito.
De acordo com o boletim, a cidade de São Paulo é a capital com menor registro por 100 mil habitantes -índice de 0,43.


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