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Casos da doença tiveram aumento em 14 Estados
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O número de casos de dengue no país em janeiro e fevereiro deste ano caiu 27% em relação ao mesmo período de
2007. Em 14 Estados, porém, os
índices aumentaram, como
mostra boletim do Ministério
da Saúde divulgado ontem.
Até sexta, a pasta tinha recebido 120.570 notificações da
doença, com 74 mortes -48
por dengue hemorrágica e 26
por complicações. Os registros
apontam tendência de queda,
já que nos três primeiros meses
de 2007 foram registrados 250
mil casos da doença.
É possível, porém, que o quadro sofra alterações com a chegada dos registros dos últimos
três dias do mês.
A queda mostrada pelo boletim é puxada pela região Centro-Oeste, que enfrentou epidemia no ano passado -houve
45 mil casos a menos em fevereiro e março em relação ao
mesmo período de 2007.
Entre os Estados que apresentaram piora, a situação mais
preocupante é a do Rio de Janeiro, que concentra 36% dos
registros do país até 28 de março e 73% das mortes (54). O Estado que registrou o maior
crescimento, porém, é o Amazonas, com 992% de aumento
-subiu de 282 para 3.080.
Conforme afirma o epidemiologista Pedro Tauil, da Universidade de Brasília (UnB), o
número de casos em todo o país
está condicionado ao controle
do mosquito transmissor, ao tipo de vírus circulando -há
quatro- e à resistência ou não
das pessoas a esse vírus.
Essa seria uma explicação
para a redução de casos em
Campo Grande -com a epidemia do ano passado, a imunização da população aumentou.
No Rio, o tipo com maior circulação neste ano é o DEN-2,
que, segundo Tauil, foi introduzido no Estado em 1990. Isso
explicaria o alto número de casos em crianças, já que muitos
dos nascidos até esse ano tiveram contato com esse vírus e,
portanto, têm imunização.
Aviso
Falhas do poder público também são citadas por especialistas. "A dengue é uma doença
que manda aviso", afirma Evaldo Stanislau, professor da Faculdade de Medicina da USP.
"Tendo o estudo dos vetores,
você se programa."
O argumento é usado pelo
Ministério da Saúde ao explicar
a explosão de casos no Rio -a
capital recebeu, no final do ano
passado, um alerta de alto índice de infestação do mosquito.
De acordo com o boletim, a
cidade de São Paulo é a capital
com menor registro por 100 mil
habitantes -índice de 0,43.
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