São Paulo, quinta-feira, 01 de abril de 2010

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ENGELBER ADAIR PASCHOAL (1945-2010)

Ele queria preservar a memória do jornalismo

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na época em que cursava o seminário, Engelber Adair Paschoal ouviu dois jornalistas numa palestra e descobriu o caminho que queria seguir.
Logo após terminar os estudos em Catanduva (SP), soube de uma vaga nesta Folha e veio à capital com um amigo em busca do emprego.
Mas não foi aprovado. Em São Paulo, o rapaz nascido na pequena Urupês (SP) decidiu estudar filosofia na USP -que acabou não concluindo.
No jornalismo, ele começou em 1966, como revisor de "A Gazeta". Passaria por quase todos os jornais da capital -inclusive a Folha. Ainda trabalhou nas revistas "O Cruzeiro", "Visão" e "Veja".
Engel -como assinava seus trabalhos- também foi redator em agências de publicidade e escreveu roteiros para filmes e para a TV.
Como adorava inventar histórias para as filhas pequenas, lançou o livro infantil "O Relógio de Urupa" (1988).
Tinha o projeto de manter viva a memória do jornalismo no país e se propôs a escrever, em livro, um perfil do publisher da Folha, Octavio Frias de Oliveira. A obra "A Trajetória de Octavio Frias de Oliveira", que ele se orgulhava de ter feito, como conta sua companheira, Lucila, saiu em 2006 e foi reeditada pela Publifolha em 2007, ano em que o publisher morreu.
Fez o livro já sabendo ter um câncer de próstata -diagnosticado em 2005. Brincalhão, continuou tocando a vida. Na segunda, hospitalizado, pediu seu notebook para escrever a coluna semanal do site UOL "Responsabilidade Social e Ética", reproduzida em outros jornais do país.
Devido à doença, morreu na madrugada de ontem, aos 64. Deixa duas filhas e três netos. Será enterrado hoje, em Urupês, onde ainda vive sua mãe, aos 85 anos.

coluna.obituario@uol.com.br


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