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ENGELBER ADAIR PASCHOAL (1945-2010)
Ele queria preservar a memória do jornalismo
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na época em que cursava o
seminário, Engelber Adair
Paschoal ouviu dois jornalistas numa palestra e descobriu
o caminho que queria seguir.
Logo após terminar os estudos em Catanduva (SP),
soube de uma vaga nesta Folha e veio à capital com um
amigo em busca do emprego.
Mas não foi aprovado. Em
São Paulo, o rapaz nascido na
pequena Urupês (SP) decidiu
estudar filosofia na USP -que
acabou não concluindo.
No jornalismo, ele começou em 1966, como revisor de
"A Gazeta". Passaria por quase todos os jornais da capital
-inclusive a Folha. Ainda
trabalhou nas revistas "O
Cruzeiro", "Visão" e "Veja".
Engel -como assinava seus
trabalhos- também foi redator em agências de publicidade e escreveu roteiros para
filmes e para a TV.
Como adorava inventar
histórias para as filhas pequenas, lançou o livro infantil "O
Relógio de Urupa" (1988).
Tinha o projeto de manter
viva a memória do jornalismo
no país e se propôs a escrever,
em livro, um perfil do publisher da Folha, Octavio Frias
de Oliveira. A obra "A Trajetória de Octavio Frias de Oliveira", que ele se orgulhava
de ter feito, como conta sua
companheira, Lucila, saiu em
2006 e foi reeditada pela Publifolha em 2007, ano em que
o publisher morreu.
Fez o livro já sabendo ter
um câncer de próstata -diagnosticado em 2005. Brincalhão, continuou tocando a vida. Na segunda, hospitalizado, pediu seu notebook para
escrever a coluna semanal do
site UOL "Responsabilidade
Social e Ética", reproduzida
em outros jornais do país.
Devido à doença, morreu
na madrugada de ontem, aos
64. Deixa duas filhas e três
netos. Será enterrado hoje,
em Urupês, onde ainda vive
sua mãe, aos 85 anos.
coluna.obituario@uol.com.br
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