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ANÁLISE
Salários contam apenas parte da história
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
A comparação do levantamento de salários de professores feito pela Folha com o ranking das redes estaduais no
Ideb (índice que avalia a qualidade da educação) confirma o
que alguns estudos já haviam
comprovado: a remuneração
conta apenas parte da história.
O Maranhão paga o terceiro
melhor salário, mas tem apenas o 19º Ideb. Já o RS, segundo
pior salário inicial do país,
apresenta o 5º melhor Ideb.
Quando esses estudos demonstraram que não havia correlação entre salário e o desempenho dos alunos, duas reações
foram mais visíveis.
De um lado, uns negavam,
cegamente, uma evidência empírica. No outro extremo, houve quem defendesse, desconsiderando por completo o efeito
da remuneração na qualidade.
Hoje o tema é menos polêmico quando se entende que o salário pode não ter efeito imediato na nota dos alunos, mas é
um importante fator, de longo
prazo, para atrair profissionais
qualificados para a carreira.
Nunca é demais lembrar os
dados da Pnad. Eles mostram
que não há profissão de nível
superior que remunere tão
pouco seus profissionais.
Aumentar salários não produzirá milagres educacionais
instantâneos. Mas um país que
paga a um professor de ensino
fundamental 12% do que ganha
um juiz está dando um recado
claro aos jovens mais qualificados: fujam do magistério.
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