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SEGURANÇA
Índices de criminalidade em março mostram que ocupação de favelas no Rio teve pouca influência nos números
Assaltos subiram no mês da ação do Exército
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A presença de tropas do Exército em favelas do Rio de Janeiro
durante 11 dias em março não
provocou reduções significativas
nos dez principais índices de criminalidade no Estado. Alguns
itens tiveram aumento e as quedas não ultrapassaram os 13%.
De acordo com as estatísticas
divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública, em março, ocorreram no Rio 3.499 roubos a transeuntes- o maior índice mensal
desde 1991, quando a pasta começou a divulgar mensalmente as estatísticas-, um aumento de
21,7% em relação a março de 2005
que teve 2.876 ocorrências.
O número de homicídios teve
uma pequena queda. Já os de roubo e furto de veículos e latrocínios
(roubo seguido de morte) se
mantiveram estáveis.
Das áreas em que o Exército
atuou, apenas a região do complexo de favelas da Maré (zona norte) apresentou reduções um pouco maiores em alguns itens, como
o número de roubos e furtos de
veículos, que caíram 26%, e os registros de homicídios que tiveram
queda de 6%.
No complexo do Alemão (zona
norte), também ocupado por militares, ocorreu o contrário: houve
um pequeno aumento no número
de roubos e furtos de veículos. Os
assassinatos ficaram estáveis.
Segundo a Secretaria, em março
aconteceram 4.990 roubos e furtos de veículos no Estado, 20 a
mais do que no mesmo período
do ano passado, o que representa
um acréscimo de 0,4%.
Os casos de homicídios dolosos
(quando há a intenção de matar)
tiveram uma pequena redução.
Foram 607 este ano contra 682 no
ano passado -11% de queda.
Já os latrocínios somaram 23
neste ano e 26 em 2005, um decréscimo de apenas 11,5%.
Outros itens também apresentaram em março reduções pequenas em relação a 2005. É o caso,
por exemplo, dos registros de
roubos a residências. Foram 159
no ano passado e 143 neste ano,
uma diminuição de 10%.
O número de roubos em coletivos também caiu, mas pouco. Foram 594 ocorrências em março
contra 647 no mesmo período do
ano passado (- 8,2%).
Drogas
No período em que o Exército
ocupou as favelas houve um aumento no número de apreensões
de drogas. Foram registradas 837
deste tipo em março contra 662
no ano passado, alta de 26%.
A polícia não informou, porém,
a quantidade de entorpecentes
apreendida, o que impede uma
eventual comparação por peso.
O número de prisões efetuadas
caiu apenas 11,65% em relação a
2005 (1.510 contra 1.334). Até o
número de mortos em confrontos
com a polícia ficou estável. Foram
registrados 92 autos de resistência
em março contra 94 no mesmo
período de 2005.
O Exército ocupou pelo menos
12 favelas na capital entre os dias 3
e 14 de março para procurar os
dez fuzis e uma pistola que foram
roubados do Estabelecimento
Central de Transportes (ECT), no
bairro de São Cristóvão (zona
norte) no dia 3.
O anúncio de que as armas foram encontradas ocorreu no dia
14 de março. Elas estavam em um
local conhecido como Esqueleto,
que fica entre as favelas da Rocinha e do Vidigal, na zona sul.
A Folha noticiou na época que o
Exército recuperou as armas dois
dias antes do anunciado e as apresentou depois de fazer um acordo
com traficantes da facção criminosa CV (Comando Vermelho),
responsáveis pelo roubo.
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