São Paulo, segunda-feira, 01 de maio de 2006

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SEGURANÇA

Índices de criminalidade em março mostram que ocupação de favelas no Rio teve pouca influência nos números

Assaltos subiram no mês da ação do Exército

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

A presença de tropas do Exército em favelas do Rio de Janeiro durante 11 dias em março não provocou reduções significativas nos dez principais índices de criminalidade no Estado. Alguns itens tiveram aumento e as quedas não ultrapassaram os 13%.
De acordo com as estatísticas divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública, em março, ocorreram no Rio 3.499 roubos a transeuntes- o maior índice mensal desde 1991, quando a pasta começou a divulgar mensalmente as estatísticas-, um aumento de 21,7% em relação a março de 2005 que teve 2.876 ocorrências.
O número de homicídios teve uma pequena queda. Já os de roubo e furto de veículos e latrocínios (roubo seguido de morte) se mantiveram estáveis.
Das áreas em que o Exército atuou, apenas a região do complexo de favelas da Maré (zona norte) apresentou reduções um pouco maiores em alguns itens, como o número de roubos e furtos de veículos, que caíram 26%, e os registros de homicídios que tiveram queda de 6%.
No complexo do Alemão (zona norte), também ocupado por militares, ocorreu o contrário: houve um pequeno aumento no número de roubos e furtos de veículos. Os assassinatos ficaram estáveis.
Segundo a Secretaria, em março aconteceram 4.990 roubos e furtos de veículos no Estado, 20 a mais do que no mesmo período do ano passado, o que representa um acréscimo de 0,4%.
Os casos de homicídios dolosos (quando há a intenção de matar) tiveram uma pequena redução. Foram 607 este ano contra 682 no ano passado -11% de queda.
Já os latrocínios somaram 23 neste ano e 26 em 2005, um decréscimo de apenas 11,5%.
Outros itens também apresentaram em março reduções pequenas em relação a 2005. É o caso, por exemplo, dos registros de roubos a residências. Foram 159 no ano passado e 143 neste ano, uma diminuição de 10%.
O número de roubos em coletivos também caiu, mas pouco. Foram 594 ocorrências em março contra 647 no mesmo período do ano passado (- 8,2%).

Drogas
No período em que o Exército ocupou as favelas houve um aumento no número de apreensões de drogas. Foram registradas 837 deste tipo em março contra 662 no ano passado, alta de 26%.
A polícia não informou, porém, a quantidade de entorpecentes apreendida, o que impede uma eventual comparação por peso.
O número de prisões efetuadas caiu apenas 11,65% em relação a 2005 (1.510 contra 1.334). Até o número de mortos em confrontos com a polícia ficou estável. Foram registrados 92 autos de resistência em março contra 94 no mesmo período de 2005.
O Exército ocupou pelo menos 12 favelas na capital entre os dias 3 e 14 de março para procurar os dez fuzis e uma pistola que foram roubados do Estabelecimento Central de Transportes (ECT), no bairro de São Cristóvão (zona norte) no dia 3.
O anúncio de que as armas foram encontradas ocorreu no dia 14 de março. Elas estavam em um local conhecido como Esqueleto, que fica entre as favelas da Rocinha e do Vidigal, na zona sul.
A Folha noticiou na época que o Exército recuperou as armas dois dias antes do anunciado e as apresentou depois de fazer um acordo com traficantes da facção criminosa CV (Comando Vermelho), responsáveis pelo roubo.


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