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Morte no trânsito cresce em SP; homicídio cai
Número de mortes em acidentes aumentou 3% e o de assassinatos diminuiu 9% no 1º trimestre de 2008 sobre o mesmo período de 2007
Secretaria de Segurança estima que, se tendência continuar, trânsito passará neste ano a ser maior causa de morte violenta no Estado
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O número de mortes por acidentes de trânsito cresceu
3,05% nos primeiros três meses de 2008 em relação ao mesmo período do ano passado.
A seguir essa tendência, o
trânsito passará a ser a principal causa de morte violenta no
Estado ainda neste ano, segundo estimativa da Secretaria de
Segurança Pública.
Os homicídios ainda lideram
essa estatística, mas o número
vem caindo sistematicamente
desde 1996. De janeiro a março,
a queda foi de 9,12% em relação
ao primeiro trimestre de 2007.
A secretaria registrou 1.080
casos de "homicídio culposo
[sem intenção] por acidente de
trânsito" de janeiro a março
deste ano. Há uma queda em
relação ao último trimestre de
2007, mas o número é superior
aos 1.048 casos do primeiro trimestre do ano passado.
Historicamente, o primeiro
trimestre é o período com menor número de mortes no trânsito, conforme Túlio Kahn, da
Coordenadoria de Análise e
Planejamento da secretaria.
No segundo semestre de
2007, os acidentes já superaram os assassinatos como a
principal causa de morte violenta no Estado. Um dado alarmante, na avaliação de Fábio
Racy, diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).
"O trânsito não é tratado com
a seriedade que deveria. O acidente de trânsito, no varejo,
não nos comove mais, como
nos comove um acidente de
avião. É preciso ter uma atitude
mais incisiva. No Brasil, procura-se fazer, mas pouco se faz."
O maior índice de mortes no
trânsito é no interior e no litoral do Estado, responsáveis por
67,1% das ocorrências. Já o índice de homicídios nesses lugares chega a 41,4%. Mais da metade dos homicídios paulistas
ocorre na Grande São Paulo.
Kahn explica que as mortes
no trânsito vão superar os homicídios por dois fatores principais: a queda no número de
assassinatos e o aumento da
frota de veículos. O mercado de
carros vem quebrando recordes mensais de venda desde
2007. No início deste ano, a capital paulista atingiu 6 milhões
de veículos licenciados.
Por outro lado, Kahn aposta
que, ainda neste ano, o Estado
atingirá a meta de 10 homicídios por 100 mil habitantes, índice que a Organização Mundial de Saúde considera "não-epidemiológico de violência".
Em 2007, a taxa foi de 11,8.
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