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Vídeo mostra negociação de escutas
DA REPORTAGEM LOCAL
A advogada Maria Odette de Moraes Haddad, defensora de alguns presos
apontados como chefes do
PCC, dentre eles Marcola
e Gegê do Mangue, aparece em um vídeo gravado
pelo investigador Augusto
Peña confessando ter
comprado, de um outro
policial civil, cópias de escutas telefônicas contra
alguns de seus clientes.
Na gravação, feita na delegacia de Suzano (Grande
SP), a advogada diz a Peña
que chegou até ele por
meio de um policial chamado Jurandir, de quem
ela já teria comprado outros grampos.
O policial Jurandir Tiago da Silva, segundo o Ministério Público, é uma das
testemunhas que confirmaram o seqüestro de Rodrigo Olivatto de Morais,
enteado de Marcola.
Nas imagens, a advogada afirma a Peña e a outros
dois policiais civis que tinha interesse em saber se
eles mantinham interceptações telefônicas que pudessem incriminar Rogério Jeremias de Simone, o
Gegê do Mangue, e a namorada dele -e que tinha
interesse em obtê-las.
Por cerca de 45 minutos,
Peña e Maria Odette trocam informações sobre os
grampos e sobre Jurandir,
que já havia passado pela
delegacia de Suzano e estava, à época da gravação,
no 41º DP (Vila Rica).
Quase no fim da gravação, Peña diz à advogada
que sabia das articulações
entre ela e o policial Jurandir. Maria Odette, então, resolve entregar as fitas que comprara do policial e diz que, a partir daquele momento, passava a
correr risco de morte, pois
os membros do PCC desconfiariam que ela era
aliada de Jurandir -e
também que comprava os
grampos por um valor inferior ao alegado à facção.
Nos arquivos entregues
pela ex-mulher de Peña à
Promotoria, há uma gravação na qual a advogada
diz a Jurandir que "precisava de dinheiro".
Questionadas a respeito, a Secretaria da Segurança Pública e a Delegacia Geral da Polícia Civil
não se manifestaram. A
pasta informou não ter como localizar ontem o policial Jurandir.
(AC)
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