São Paulo, quinta-feira, 01 de maio de 2008

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Vídeo mostra negociação de escutas

DA REPORTAGEM LOCAL

A advogada Maria Odette de Moraes Haddad, defensora de alguns presos apontados como chefes do PCC, dentre eles Marcola e Gegê do Mangue, aparece em um vídeo gravado pelo investigador Augusto Peña confessando ter comprado, de um outro policial civil, cópias de escutas telefônicas contra alguns de seus clientes.
Na gravação, feita na delegacia de Suzano (Grande SP), a advogada diz a Peña que chegou até ele por meio de um policial chamado Jurandir, de quem ela já teria comprado outros grampos.
O policial Jurandir Tiago da Silva, segundo o Ministério Público, é uma das testemunhas que confirmaram o seqüestro de Rodrigo Olivatto de Morais, enteado de Marcola.
Nas imagens, a advogada afirma a Peña e a outros dois policiais civis que tinha interesse em saber se eles mantinham interceptações telefônicas que pudessem incriminar Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e a namorada dele -e que tinha interesse em obtê-las.
Por cerca de 45 minutos, Peña e Maria Odette trocam informações sobre os grampos e sobre Jurandir, que já havia passado pela delegacia de Suzano e estava, à época da gravação, no 41º DP (Vila Rica).
Quase no fim da gravação, Peña diz à advogada que sabia das articulações entre ela e o policial Jurandir. Maria Odette, então, resolve entregar as fitas que comprara do policial e diz que, a partir daquele momento, passava a correr risco de morte, pois os membros do PCC desconfiariam que ela era aliada de Jurandir -e também que comprava os grampos por um valor inferior ao alegado à facção.
Nos arquivos entregues pela ex-mulher de Peña à Promotoria, há uma gravação na qual a advogada diz a Jurandir que "precisava de dinheiro".
Questionadas a respeito, a Secretaria da Segurança Pública e a Delegacia Geral da Polícia Civil não se manifestaram. A pasta informou não ter como localizar ontem o policial Jurandir. (AC)


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