São Paulo, sexta-feira, 01 de maio de 2009

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entrevista

Ligação com crise é relativa, diz sociólogo

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o sociólogo Ignácio Cano, do laboratório de análise da violência Universidade Estadual do Rio de Janeiro, atribuir o aumento do crime à crise é questão controversa.

 

FOLHA - O aumento dos crimes pode ter sido influenciado pela economia?
IGNÁCIO CANO
- Isso é relativo, há vários estudos no Brasil e no exterior mas é uma questão controversa até que ponto o ciclo econômico impacta no crime. A longo prazo a exclusão social é um dos motores do crime, mas em que medida isso afeta [a curto prazo] ainda é uma questão aberta a debate.

FOLHA - A saída do secretário da Segurança pode ser fator para desestabilizar a polícia?
CANO
- A instabilidade costuma estar associada à violência, mas não à saída de um secretário.

FOLHA - Existe sazonalidade que explique o aumento?
CANO
- Em geral, janeiro, fevereiro e março são os piores meses. Em países onde há mudança climática grande se atribui ao fato de as pessoas saírem mais, mas no Brasil a mudança é pequena. Há fatores mais importantes, como Carnaval, 13º salário, ou seja, a necessidade de uma renda adicional para criminosos.

FOLHA - A taxa de homicídio parou de cair, como o senhor interpreta isso?
CANO
- São Paulo vinha tendo uma queda nos homicídios, mas pelos dados atuais parece que essa queda já está se amortecendo. Na medida em que o número de casos vai diminuindo, a continuação da queda vai ficando mais difícil. A notícia ruim é que parou de cair.


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