DA EQUIPE DE TRAINEES

A lente intra-ocular multifocal tem tudo para ser o objeto de desejo das pessoas que já ultrapassaram a barreira dos 40 anos e enfrentam os incômodos do eterno tira-põe óculos.
Implantada dentro do olho -como numa operação de catarata-, a chamada LIO tem duas versões no Brasil que permitem a visão para longe, meia-distância e perto, ambas de silicone.
O laboratório americano C&C Vision desenvolveu a lente Crystalens, chamada acomodativa, porque se movimenta levemente dentro do olho em busca do foco. Seu uso, porém, exige que o músculo ciliar, localizado atrás da íris, conserve sua capacidade potencial de acomodação.
O outro modelo, multifocal, a Array da AMO (American Medical Optics), usa alças mais rígidas para a fixação na bolsa do cristalino, mas custa caro -o preço de uma única lente implantada fica em torno de R$ 3.000- e a nitidez nem sempre é boa, o que faz com que alguns dos pacientes ainda precisem de óculos após a cirurgia.
Os dois modelos estão sendo implantados em caráter experimental pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Cerca de cem pacientes com catarata e hipermetropia ou miopia já foram operados "Essa operação ainda não foi feita em pessoas sem catarata porque a retirada do cristalino saudável pode provocar o descolamento da retina", explica o professor Rubens Belfort Junior, que antecipa: "Mas no futuro todo mundo acima de 40 anos vai poder se beneficiar", acredita.
Outra novidade promissora é a lente acrílica de implante Acrysof Restor, da Alcon, prestes a ser liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em caráter experimental. Sua tecnologia permite que as imagens para perto e longe sejam projetadas na retina ao mesmo tempo, causando menos confusão que as outras lentes. (LUCRECIA ZAPPI)


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