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São Paulo, domingo, 01 de junho de 2003

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Aparelho da Embrapa é o melhor

DA EQUIPE DE TRAINEES

Imagine um aparelho eletrônico que pode sentir gosto da mesma forma que os seres humanos, mas de 1.000 a 10.000 vezes melhor. Conhecida como a "língua eletrônica", a inovação já está ajudando as indústrias de vinho e café. Com um detalhe: o melhor modelo do gênero é brasileiro.
Apesar de haver outras versões, algumas até comercializadas, o aparelho desenvolvido pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) de São Carlos é o que tem maior sensibilidade e velocidade de percepção.
A língua brasileira tem capacidade 30 mil vezes maior que a do melhor modelo estrangeiro para diferenciar, por exemplo, sal e açúcar dissolvidos em água. Numa aproximação grosseira, a estrangeira consegue identificar uma concha de açúcar e uma colher de sopa de sal dissolvidas numa garrafa, enquanto a brasileira é capaz de identificar a mesma quantidade das substâncias numa piscina com 17 mil litros.
O equivalente eletrônico da língua humana não é implantável, mas, além de ser um aliado para atestar a qualidade na indústria de alimentos e bebidas, pode auxiliar no controle ambiental, analisando a contaminação.
"A idéia nasceu justamente de um sensor que a Embrapa tinha para pesticidas", afirma Luiz Henrique Capparelli Mattoso, 42, o coordenador do projeto. "Há menos de dez grupos de pesquisa que trabalham com "línguas" no mundo, mas a nossa técnica é a que vem apresentando melhores resultados", diz o cientista Antonio Riul Júnior, 34. O projeto já foi destaque da revista "Nature" e do canal de TV "Discovery".
Os sensores são placas de ouro cobertas por uma camada de um plástico condutor, 50 mil vezes mais fina que um fio de cabelo. O dispositivo foi construído em colaboração com Alan MacDiarmid, da Universidade da Pensilvânia, Nobel de Química de 2000. (MARCUS VINICIUS MARINHO)


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