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Projeto prevê reforço na PF, mas ainda não há verba
"PAC da Segurança" prevê aumento de 50% no efetivo da Polícia Federal
Por conta do Orçamento, só haverá investimentos extras se a equipe econômica decidir retirar recursos de outras áreas
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Entre as principais diretrizes
do "PAC da Segurança", apresentadas ontem ao presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, estão
o uso da Força Nacional de Segurança Pública nas 11 regiões
metropolitanas a serem atendidas pelo programa e ainda a
ampliação em 50% do atual efetivo da Polícia Federal num
prazo máximo de dois anos.
A PF conta hoje com um quadro de 10,1 mil policiais (em
2000, eram 7.119). Um dos
itens do programa fala na "criação de 5.000 novas vagas" para
a Polícia Federal, principalmente em ações nas fronteiras
e no desarmamento.
Sobre as tropas da força nacional, o governo quer usá-las,
inicialmente, justamente para
"ocupar" as áreas hoje sob o comando de criminosos.
A força nacional de segurança seria, num prazo médio de
um ano e meio, substituída por
ações sociais articuladas pelo
Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania.
Hoje, ela atua em ocasiões especiais e momentos de crise.
"A Força [Nacional de Segurança] será um dos instrumentos para este momento de aproximação com a comunidade,
para que o Estado entre com os
outros equipamentos [usados
no combate ao crime]", afirmou o secretário nacional de
Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa.
Ontem, numa audiência fechada no Palácio do Planalto,
Lula acompanhou uma exposição de técnicos do Ministério
da Justiça sobre os 42 projetos
técnicos do programa.
Ao final, Lula pediu ao ministro Tarso Genro (Justiça) que
procure os colegas Guido Mantega (Fazenda) e Paulo Bernardo (Planejamento) para que façam diferentes projeções sobre
os custos do programa.
Para este ano, por exemplo,
por conta da definição do Orçamento, só haverá investimentos extras ao programa caso a
equipe econômica decida retirar recursos de outras áreas.
"Nós temos projetos muito
baratos, como o treinamento
de assistentes sociais para a
busca de jovens infratores, que
podem começar no segundo semestre [deste ano]. E temos
programas mais caros, como a
contratação de policiais federais", disse Tarso, em entrevista, após a audiência. A previsão
dele, que não apresentou estimativas de custos, é que o projeto seja anunciado em 30 dias.
Até lá, segundo o governo,
haverá debates com governadores, prefeitos e diferentes setores da sociedade para fechar
os projetos a serem encaminhados então ao Congresso.
Critérios
O governo federal usou o número de vítimas de homicídio
para selecionar as regiões metropolitanas a serem atendidas.
A princípio, o Pronasci atuará
nas capitais e entornos de 11
Estados (AL, MG, ES, PE, BA,
PA, PR, DF, RJ, SP e RS).
Em linhas gerais, o programa
é uma articulação das ações de
segurança pública com políticas sociais. Muitas das propostas serão integradas com governos estaduais e municipais, por
meio de convênios.
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