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EDUCAÇÃO
30,2% dos cursos privados têm nota ruim em exame
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um terço dos cursos das
instituições particulares de
ensino avaliados pelo Enade
(Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), divulgado ontem pelo governo federal, tiveram baixa avaliação em 2006.
De acordo com dados do
Inep (instituto ligado ao Ministério da Educação),
30,2% dos cursos das particulares receberam os conceitos 1 e 2, os piores na escala de 1 a 5. Entre as públicas,
o número é de 16,9%.
Apenas 1,6% das instituições privadas alcançaram o
conceito 5, contra 21,2% das
públicas. No total, o conceito
5 foi obtido por 5,1% das instituições avaliadas pelo ministério. USP e Unicamp não
participam da avaliação.
O exame avaliou, no ano
passado, 386.524 alunos de
1.600 instituições de ensino
superior em 15 áreas: administração, arquivologia, biblioteconomia, biomedicina,
ciências contábeis, ciências
econômicas, comunicação
social, design, direito, música, formação de professores
(normal superior), psicologia, secretariado executivo,
teatro e turismo. Foram avaliados 5.701 cursos.
Nessa conta estão apenas
as instituições que receberam conceitos -o que não
ocorreu com 208 das 896 públicas e 1.599 das 4.805 privadas. Isso se deve a critérios técnicos, como o que determina que um dos fatores
que formam o conceito são
as notas obtidas pelos alunos
que estão concluindo o curso, o que exclui as instituições recém-criadas.
O exame, que faz parte de
uma avaliação maior do governo federal, o Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Superior), completa sua terceira edição
tendo avaliado todas as
áreas do ensino superior
-em cada edição, apenas um
grupo é incluído.
Além do Enade, o Sinaes
também conta com uma avaliação institucional das graduações, que serve como base para a renovação de reconhecimento dos cursos.
Somente cursos reconhecidos pelo MEC podem emitir diplomas.
Geral
O Enade mostrou que, se a
situação das instituições
particulares não é confortável, a média geral também é
baixa. Na avaliação de formação geral, em que as questões são as mesmas para todas as áreas, apenas os estudantes da área de arquivologia, com nota 50,7, atingiram média maior do que 50,
em uma escala de zero a cem.
O curso de editoração, habilitação da área de comunicação social, também ultrapassou a linha de 50%, com
média de 50,1. A pior média é
verificada em administração (42,1).
Se considerada a avaliação
de conhecimentos específicos de cada área, a situação
geral dos cursos é ainda pior:
nenhuma teve média geral
maior que 50. O caso mais
grave é o dos estudantes de
ciências econômicas, que,
em média, fizeram apenas
25,7 pontos de cem.
Os resultados foram relativizados ontem pelo presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, sob a justificativa de
que o exame é uma prova
única para cursos e estudantes de todos os perfis. Ele
ressaltou também o alto nível de subjetividade na elaboração do exame.
Segundo os dados divulgados pelo Inep ontem, a área
com melhor avaliação é teatro, com 65,5% de conceitos
4 e 5. Considerado um curso
dentro da área de comunicação social, cinema teve 80%
de avaliações 4 e 5 -é importante ressaltar, porém, que
só dez cursos da área participaram da avaliação.
Se observadas as regiões
do país, a situação do Norte é
a mais grave -50% dos cursos tiveram conceitos 1 e 2.
A melhor posição é a da região Sul, com 28,3% de conceitos 4 e 5.
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