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Em SP, só 48 cursos acertaram mais da metade da prova
Apenas 16,9% dos cursos avaliados na capital paulista tiraram médias acima de 50 (a pontuação vai de zero a cem)
Das 15 áreas, biomedicina, biblioteconomia, ciências contábeis, editoração e secretariado executivo não tiveram notas acima de 50
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Formandos de apenas 16,9%
dos cursos avaliados pelo Enade 2006 tiraram médias acima
de 50 na capital paulista -a
pontuação vai de zero a cem.
O exame, que avaliou estudantes de 15 áreas, foi aplicado
em 338 cursos de São Paulo.
Destes, 54 ficaram sem conceito (porque são cursos novos e
ainda não têm turmas de formandos) e 48 conseguiram média acima de 50.
A área com mais cursos acima dos 50 pontos foi a de teatro
(75% deles obtiveram médias
maiores). Cinco áreas -biomedicina, biblioteconomia, ciências contábeis, editoração e secretariado executivo -não tiveram nenhum curso acima
dessa pontuação.
Das que fizeram mais de 50
pontos, a área de ciências econômicas foi a que teve menor
número de representantes
(7,14% dos cursos ficaram acima dos 50).
O curso com maior pontuação por parte dos alunos do último ano foi o de administração
da Escola de Administração de
Empresas de São Paulo, da
FGV (Fundação Getúlio Vargas), com média 65,6.
Harthur David Djehdian, 25,
fez a prova. Ele não se preparou
para o exame, mas achou as
questões fáceis. "A prova foi
muito geral, não testou os conhecimentos específicos."
Para ele, o resultado do Enade reflete a boa qualidade de
ensino da FGV. "Lá a gente tem
de estudar, não é faculdade para ficar passeando."
SP no ranking
Com 2,6% de seus cursos
com a avaliação máxima, São
Paulo ficou em 16º lugar se
comparado aos outros Estados,
sendo superado por Rio Grande do Norte (1º), Paraíba (11º) e
Piauí (12º), entre outros. De
acordo com a pesquisa, a média
nacional de áreas com conceito
Enade 5 somou 5,1%.
Por outro lado, São Paulo lidera a lista dos Estados que tiveram mais cursos (8) com
conceito Enade 5 e, ao mesmo
tempo, conceito IDD 5, as duas
notas máximas do exame.
É importante ressaltar, porém, que, das três universidades estaduais paulistas, apenas
a Unesp participa da avaliação
-a USP e a Unicamp decidiram
não participar, por discordar da
metodologia.
Para Reynaldo Fernandes,
presidente do Inep, o desempenho de São Paulo em comparação com o resto do país deve ser
relativizado, já que o Estado
tem mais instituições de ensino
do que outros -o que limita o
corte de qualidade do vestibular, uma vez que sobram vagas.
Fernandes acha que o exame
tem refletido as condições reais
de cada curso e diz que já era esperado um desempenho mediano por parte dos alunos.
"É a primeira vez que algumas áreas fazem as provas e,
evidentemente, elas são exigentes", afirmou Fernandes.
Para ele, quando um curso
obtém média 50, o resultado
não pode ser considerado ruim.
"É a média para concursos e, se
a nota média foi 50, significa
que metade dos alunos tirou
acima disso para compensar os
que tiraram abaixo."
O exame, explica, é formulado por professores de instituições públicas e particulares e
tem como objetivo saber se os
estudantes estão preparados
para o mercado de trabalho.
"Sou professor de economia da
USP e achei a prova da minha
área bem razoável."
Colaborou a Sucursal de Brasília
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