São Paulo, quarta-feira, 01 de junho de 2011

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ANÁLISE

C40 pode ser espaço importante para enfrentar questão climática

GILBERTO DIMENSTEIN
COLUNISTA DA FOLHA

Por trás do encontro de cidades em São Paulo para discutir mudanças climáticas, há uma aposta de que o C40 se converta no mais importante espaço para enfrentar o aquecimento global.
Isso porque prefeitos teriam mais rapidez para tomar decisões que presidentes, metidos em intermináveis impasses sobre ambiente.
Não é por outro motivo que Michael Bloomberg, prefeito de Nova York, resolveu colocar dinheiro do bolso (cerca de R$ 10 milhões por ano) para transformar o C40 na maior referência ambiental. Ele vai além. Ele vê uma plataforma para mostrar uma liderança planetária, capaz de dar um empurrão a seus projetos políticos. Isso significa a Casa Branca.
Ele fica na presidência do C40, onde serão mostradas ideias inovadoras contra o aquecimento global. É algo que vai do compartilhamento de carros até produção alternativa de energia.
Poucas pessoas têm chamado tanto a atenção mundial para questões ambientais como Bloomberg, que lançou uma série de projetos para deixar Nova York mais limpa, arrumando desafetos por todos os lados.
Fechamento de ruas para carros, estímulo à energia solar, transformações de viadutos em jardins. Tentou (mas perdeu) implantar pedágio urbano. Brigou com muita gente até proibir o fumo nos bares e restaurantes. Na semana passada, foi mais longe: o fumo está proibido em parques e praças.
Em menor escala, Kassab também vê nesse encontro uma plataforma política. Ele voltou a dizer que, se Serra não for candidato -"e não acredito que seja"-, seu candidato é Eduardo Jorge, seu secretário do Verde.
Para ele, o C40 ocorrer em São Paulo seria um reconhecimento "a tudo o que a cidade" tem feito. O que, em resumo, seria um força para seu projeto sucessório.


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